O campus Sorocaba da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) suspendeu as aulas nesta segunda e terça-feira, 22 e 23, em solidariedade a um estudante de psicologia trans e negro encontrado morto no alojamento estudantil de São Carlos. O caso abriu debate entre a comunidade acadêmica sobre apoio emocional e valorização da vida.
Em nota publicada nas redes sociais, o Diretório Central Estudantil (DCE) da universidade afirma que: “O caso não é isolado, e representa o profundo adoecimento mental que vivemos, com o desmonte de políticas de acesso e permanência, a piora das condições de vida e o clima doentio de sobrecarga que presenciamos diariamente no retorno presencial.”
No campus de Sorocaba, a gestão da UFSCar e entidades representativas promoveram uma roda de conversa sobre saúde mental no contexto do retorno presencial das universidades, mediada pelo professor Marcos Garcia. Já no campus de São Carlos foi realizado o ato “em prol a vida e pelo direito de existir”, promovido por um coletivo formado por estudantes indígenas e movimentos de pessoas LGBTQIA+ e de pessoas negras.

Ato no campus São Carlos reuniu dezenas de estudantes na Praça da Bandeira (Foto: Reprodução Facebook/SINTUFSCar)
Cortes orçamentários
O Porque noticiou, no mês de julho, o corte de R$ 4,68 milhões a menos no já deficitário orçamento da UFSCar promovido pelo governo Bolsonaro (leia aqui). À época, a reitoria informou que o funcionamento dos três campi – São Carlos, Lagoa do Sino e Sorocaba – estaria ameaçado por não possuírem condições de manter as atividades até o final de 2022.
Em protesto, estudantes, movimentos sociais, coletivos, partidos e sindicatos foram às ruas centrais de Sorocaba no dia 16 de julho contra os cortes na educação e, também, contra a violência contra as mulheres, após serem revelados os casos do crime praticado por um médico anestesista (Leia aqui).