
Em 1º de junho, unidade também foi afetada com a manifestação dos médicos, causando demora no atendimento. Foto: Paulo Andrade/Portal Porque
A insegurança na pontualidade do pagamento dos salários fez com que os médicos que atendem na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Éden, bairro da zona industrial de Sorocaba, voltassem a realizar a chamada operação tartaruga, na noite desta sexta-feira (30).
O protesto, o segundo este mês – o outro foi no dia 1º – causou superlotação na unidade, provocada, justamente, pela lentidão nos atendimentos. Somente os casos mais urgentes tinham prioridade (pessoas com a pulseirinha vermelha).
Quem trabalha no local – e prefere não se identificar por temer represálias – conta que os pagamentos deveriam ter sido feitos pelo INCS (Instituto Nacional de Ciências da Saúde), organização social responsável pela UPA do Éden, nesta sexta, mas apenas uma parte havia recebido até as 17h, horário prometido.
Os frequentes atrasos, incluindo a temeridade de não receber mais uma vez, foram os fatores que desencadearam a nova operação tartaruga. Os médicos esperam providências tanto da Prefeitura de Sorocaba quanto do INCS.
Por volta das 21h desta sexta, o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), acompanhado do secretário municipal de Saúde, Cláudio Pompeo, esteve na UPA. A eles, uma médica denunciou que “os salários atrasam todos os meses”.
Pompeo orientou que os prejudicados pelo atraso nos salários deveriam procurar a empresa gestora da unidade de saúde. Ainda segundo ele, a INCS alegou que os atrasos desta sexta foram ocasionados por “problemas bancários”.
Culpa da terceirizada
A caminho da UPA do Éden, Manga fez uma live nas redes sociais e disse que os repasses da Prefeitura à organização social estão em dia. Antes mesmo de se inteirar da situação, ainda dentro do carro que o conduzia à unidade, ameaçou demitir os médicos que se recusassem a prestar atendimento.
Ao Portal Porque, uma profissional que trabalha na UPA e que terá a identidade preservada, afirmou que não são somente os médicos que sofrem com os atrasos no pagamento. “O pessoal da higiene [limpeza] também tem enfrentado esses atrasos”, conta. “Já o pessoal da enfermagem tem recebido os salários em dia. Porém, o pagamento do vale-alimentação e do vale-transporte teve atrasos.”
Ainda conforme ela, os pagamentos são feitos em datas diferentes. Os médicos, por exemplo, recebem dia 30 e os profissionais da enfermagem no quinto dia útil de cada mês.
*Esta matéria está em atualização. Assim que o Porque tiver mais informações sobre a normalização ou não do atendimento vamos retomá-la.