
Há uma semana, no Iporanga 1, queimada chegou próxima à fiação elétrica: incêndios têm, muitas vezes, origem criminosa. Foto: Reprodução/Sorocabanises
Nos primeiros seis meses deste ano, as queimadas já provocaram 51 interrupções no fornecimento de energia elétrica na região. Sorocaba lidera o ranking de interrupções com 26 ocorrências no primeiro semestre de 2023. Araçoiaba da Serra ocupa a segunda posição com cinco casos, enquanto Salto de Pirapora aparece em terceiro, com quatro.
O levantamento, feito pelo Centro de Operações da CPFL Piratininga, considerou interferências provocadas por incêndios de todas as proporções na rede de distribuição de energia, tanto na área urbana como na zona rural.
O balanço regional indica um aumento proporcional das interferências provocadas na rede da concessionária, pelo comparativo semestral. De janeiro a junho de 2022 foram registradas 32 interrupções de energia. Considerando as 51 do primeiro semestre de 2023, o aumento foi de 59,3%. Em todo ano passado foram 70 casos.
O número referente a este ano preocupa, já que a baixa umidade do ar oferece condição propícia aos incêndios e a ação dos ventos pode contribuir para propagar as chamas.
Para que haja interferências ou danos na rede elétrica não é necessário que as chamas alcancem os cabos de energia. O calor do fogo gera um campo ionizado que pode provocar curtos-circuitos, acionar a proteção do sistema e desligar as linhas ou até romper a fiação, interrompendo, assim, o fornecimento.
A concessionária de energia investe em alertas para a população sobre os sérios impactos gerados pelas queimadas que, além de acarretar destruição ambiental e danos à saúde das pessoas, com a emissão de gases poluentes, também podem afetar o fornecimento de energia.
“Dependendo do trecho afetado, estabelecimentos essenciais como comércios e hospitais podem ser prejudicados de maneira substancial”, alerta o gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da CPFL Energia, Marcos Victor Lopes.
Ainda conforme ele, os incêndios sob a rede de distribuição de energia têm, muitas vezes, origem criminosa ou são causados pelo uso do fogo como método de limpeza em alguns cultivos.
Assim, um incêndio criminoso ou uma queimada mal controlada para atividades agrícolas também podem colocar em risco o fornecimento de energia, provocando sérios prejuízos.
Baixa umidade do ar aumenta riscos
Nesta quinta (17) e sexta-feira (18), o risco de incêndios na região de Sorocaba estará alto, segundo dados divulgados pelo site da Defesa Civil de São Paulo, obtidos no site do Climatempo. Isso porque o tempo está seco e a baixa umidade relativa do ar favorece os focos de queimadas e a condução das chamas.
Nessas datas, a umidade relativa do ar chega a 30%. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), índices de umidade relativa do ar entre 20% e 30% caracterizam estado de atenção e é recomendado, entre outras coisas, que as pessoas se hidratem bastante e evitem exercícios físicos entre 11h e 15h.
Agosto permanecerá com dias com umidade relativa do ar bastante baixa. A previsão é que em 25 de agosto, ela caia para 26%.
Como denunciar uma queimada
Ao presenciar uma queimada, você deve ligar para o telefone 193 (Corpo de Bombeiros), que atuará no combate ao fogo. Já as denúncias para a Secretaria de Meio Ambiente de Sorocaba/Patrulha Ambiental da Guarda Civil Municipal podem ser feitas pelos telefones 153 (GCM); 156 (Ouvidoria Geral do Município); pelo WhatsApp: (15) 99129-2426, os dois últimos de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h; ou pelo portal da Prefeitura de Sorocaba.
Em caso de falta de energia ou de incêndio sob a rede elétrica, a população deve entrar em contato com os canais de atendimento da CPFL Piratininga como o 0800 010 25 70 (ligação gratuita), o WhatsApp (19) 99908-8888 ou enviar SMS para 27304.