Busca

Sem recursos da Prefeitura de Sorocaba, diretores de escolas contam com a ajuda de pais

Fundo Rotativo da Escola, que deveria cobrir as necessidades das unidades de ensino, bem como beneficiar os prestadores de serviços dos bairros, não foi repassado neste ano

Paulo Andrade (Portal Porque)

Verbas que vêm com FRE podem ser aplicadas em reformas, apresentações artístico-culturais, palestras e melhorias estruturais e pedagógicas. Foto: Flickr

A maioria das 150 unidades de ensino municipais de Sorocaba ainda não recebeu, neste ano, o FRE (Fundo Rotativo da Escola). A verba, que deveria ser repassada pela Secretaria Municipal de Educação, seria empregada para atender às necessidades específicas de cada unidade escolar, como projetos pedagógicos, reparos e manutenções estruturais nos prédios, atividades culturais, entre outras coisas. Sem o FRE, cabe aos diretores de escola contar com a ajuda dos pais de alunos.

Além da falta do FRE, as empresas Estrela e Tower, contratadas pela Prefeitura pelo valor de R$ 37 milhões para realizar reformas nas unidades de ensino, simplesmente desapareceram.

“Se 30 das 150 escolas receberam o FRE este ano foi muito”, denuncia o diretor de uma escola localizada na Zona Norte da cidade que prefere ter a identidade preservada para evitar represálias. “Nem com o Fundo às vezes dá para resolver problemas como arrumar telhado, infiltrações, pintura, quem dirá sobrar dinheiro para atividades pedagógicas.”

Quanto à construtora, que deveria executar as reformas, o diretor diz que nunca viu a Tower e que a Estrela ele só vê olhando outras escolas, mas nunca fazendo reformas. Outra diretora — esta da Zona Oeste — concorda com o colega e acrescenta: “A construtora Estrela veio aqui uma vez, fez um orçamento e, depois, não voltou mais”.

Ambos afirmam que a Prefeitura de Sorocaba está se eximindo de responsabilidades, quando repassa verba e abandona as contrações gerais para obras em unidades escolares. Para eles, a Prefeitura quer transformar professores em contratantes de reformas, compradores de materiais, fiscalizadores de obra etc.

Importância da APM

Diretor e diretora ouvidos concordam que as verbas obtidas pela APM (Associação de Pais e Mestres) têm sido fundamentais para realizar atividade pedagógicas, de lazer e até alguns pequenos reparos. A escola da Zona Norte, por exemplo, consegue arrecadar de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil por mês.

Já a unidade da Zona Oeste arrecada perto de R$ 1 mil por mês, mas, como recentemente fez uma campanha junto aos pais visando a realização de eventos pedagógicos e de lazer, conseguiu atingir R$ 2,5 mil no mês.

Em 24 de setembro, uma leitora, que pediu anonimato, fez denúncia ao Portal Porque relatando a falta de atenção da Prefeitura às crianças nas escolas. Na ocasião, disse que “os pais de alunos sempre leem notícias de festas, eventos e comemorações em outras escolas, enquanto nunca tivemos nada nessa escola [do Carandá]. E o único evento que teríamos no ano seria a formatura, mas foi cancelada”.

Ajuda federal

Além das doações dos pais, os diretores escolares também contam com ajuda federal por meio do Programa Direto na Escola. A unidade da Zona Norte, por exemplo, recebe R$ 20 mil por ano, enquanto a da Zona Oeste, R$ 11 mil.

Outra ajuda que as escolas têm é um valor de R$ 1 mil por mês para “despesas de urgência”, vindos da Secretaria da Fazenda para cobrir custos do dia a dia.

O que é Fundo Rotativo?

O FRE (Fundo Rotativo da Escola) é um programa instituído pela Lei Municipal nº 12.277/2021, regulamentado pelo Decreto nº 27407/2022, com a finalidade de prestar assistência financeira, em caráter suplementar, à Associação de Pais e Mestres, visando a melhoria em sua estrutura física e pedagógica nas unidades escolares a elas vinculadas.

mais
sobre
APM escolas fundo rotativo pais e mestres reformas Sedu
LEIA
+