
Aprovado no governo Temer, Novo Ensino Médio aprofunda as desigualdades entre estudantes de escolas públicas e particulares, segundo estudiosos do tema. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Para discutir a revogação do novo ensino médio, as vereadoras Iara Bernardi (PT) e Fernanda Garcia (Psol) realizam nesta quarta-feira (12) uma audiência pública para ouvir docentes e alunos, na Câmara Municipal de Sorocaba. O debate acontecerá às 15h e será aberto ao público. Também será transmitido pelas redes sociais da Câmara de Sorocaba e pela TV Câmara (TV Aberta Digital – canal 31.3, NET – canal 04 e Vivo Fibra – canal 09).
Para as parlamentares, é extremamente importante a abertura de um amplo debate com a comunidade escolar, acadêmica e toda a sociedade sobre o assunto.
Como recordam, o modelo, cujo cronograma foi suspenso por 60 dias pelo Ministério da Educação para que haja mais debate sobre o tema, foi proposto pelo ex-presidente Michel Temer e aprovado pelo Congresso em 2017. A lei estipula aumento progressivo da carga horária de 2.400 horas no ensino médio inteiro para 3 mil horas ao final dos três anos.
Além disso, desde 2022, as disciplinas tradicionais passaram a ser agrupadas em áreas de
conhecimento (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas) e, a partir deste ano, cada estudante passou a poder montar seu “próprio ensino médio”, escolhendo as áreas, os chamados itinerários formativos, para aprofundamento.
Tanto para Iara quanto para Fernanda, o modelo é excludente e a proposta apresenta resistência de alunos, professores e pesquisadores em educação, já que deve acentuar ainda mais a desigualdade. “Há uma enorme desvantagem para as escolas públicas em relação às particulares para a viabilização da nova proposta. Não é de uma escola de tempo integral que precisamos, mas sim uma escola de ensino integral, que dê possibilidade de futuro para os nossos jovens”, ressaltou a vereadora Iara Bernardi.