Inaugurada pelo prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), em outubro de 2021, como uma obra de grande impacto, a revitalização do Parque Amedeo Franciulli, localizado no bairro Vitória Régia, zona norte de Sorocaba, está prestes a completar dois anos em estado de completa destruição.
Moradores e frequentadores do espaço enviaram uma série de vídeos ao Portal Porque que mostram cavalos pastando entre matagais, luzes de led que não acendem e pista de caminhada esburacada e desnivelada – o que propicia quedas e tropeções, principalmente entre os idosos.
Os vídeos mostram ainda uma pinguela de madeira sobre um trecho do lago que está balançando e coberta de remendos feitos pela população, além do lago forrado por aguapés e rodeado por centenas de metros de entulhos lançados às suas margens.
“Isso aqui tudo fica no fundão. Quem passa pela rua em frente não enxerga. Só quem vê são os moradores do bairro que vêm aqui em busca de lazer, de praticar um esporte ou aqueles que usam o parque para ir do Vitória Regia 2 ao Vitória Regia 3 para pegar o ônibus interbairros”, denuncia um morador que, temendo represálias, prefere não se identificar.
Ainda conforme ele, o parque que também era ligação entre os bairros não está sendo utilizado à noite pela falta de iluminação. “Estão [se referindo aos demais moradores] tendo de dar a volta, gastando em vez de dez minutos, 40 minutos para chegar ao ponto de ônibus”, acrescenta.
Os frequentadores do parque ressaltam que, até recentemente, o local era uma atração e orgulho para os moradores que o tinham como um fator de valorização dos imóveis. “O lago era tão limpo que dava para ver as carpas. Agora nem a água podemos avistar, tanto que uma criança correndo atrás de uma pipa entrou no lago pensando que era um pasto e só não se afogou porque foi salva por um pescador”, comenta o denunciante.
O parque do Vitória Regia foi inaugurado, oficialmente, em 1º de maio de 2004 pelo então prefeito Renato Amary. Com 240 mil metros quadrados de área, é o segundo maior da cidade. Ali foram plantadas 11 mil mudas de árvores nativas, 540 de árvores exóticas e 72 mil metros quadrados de grama. Atualmente, as imagens mostram o que deveria ser uma extensa área de lazer aparentando um matagal ermo e instransponível.
A obra oferecia uma pista de caminhada de 1.600 metros, com piso em saibro; 1.800 metros de calçadas no entorno; dois campos de futebol gramados com medidas oficiais (100m x 50m) e uma praça de 400 metros quadrados, com piso em concreto vassourado, bem como um sofisticado sistema de iluminação, com a implantação de 53 luminárias a vapor de sódio, com 250 watts cada.
Projetado para recreação e lazer, o Parque Amedeo Franciulli também deveria ser exemplo de responsabilidade social e preocupação com as questões ambientais. Sua implantação incluiu a preservação das lagoas existentes no local, bem como de toda a vegetação hidrófila, apropriada para a preservação de aves e peixes existentes na área.
O autor dos vídeos denunciando as condições da área pede esclarecimentos à Secretaria de Meio Ambiente de Sorocaba, ao Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) e à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
O Porque mantém o espaço à disposição da Prefeitura de Sorocaba, ou mesmo de qualquer órgão citado pelo denunciante, se manifestar.