Desde que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o mandato, em janeiro de 2023, o governo federal tem avançado nas demandas dos povos indígenas. Entretanto, ainda há muito a conquistar.
É o que afirma o indígena Geovane Diógenes (Gegê Pankararu), ex-líder do Centro de Culturas Indígenas (CCI) da Universidade Federal de São Carlos. Graduado em Letras pela UFSCar, ele foi o convidado do Porque Sem Filtro da edição desta terça-feira (18), ao lado dos estudantes e membros do CCI Rosangela Braga e Omar Lopes da Silva.
O CCI é um coletivo formado pelos estudantes indígenas da UFSCar, com o objetivo de fortalecer e reafirmar a identidade cultural dos povos indígenas presentes na instituição. Dessa forma, luta pelos direitos desses alunos e melhorias dentro e fora da universidade, para garantir a permanência dos indígenas no meio acadêmico.
Durante a entrevista, Geovane destacou que os quatro anos do Governo Bolsonaro foram de muita insegurança, medo e ataques aos povos indígenas. “Então nós estamos aí com a esperança de que as nossas terras sejam demarcadas, que a gente possa melhorar a nossa educação escolar indígena, que a gente possa expandir, cada vez mais, o acesso de indígenas na universidade”, afirmou Geovane, que é do povo pankararu, de Pernambuco.
O mesmo também é defendido por Rosangela, pertencente a etnia omágua/kambeba, do Amazonas, que veio para Sorocaba estudar Administração na UFSCar e, agora, é membro do Programa Educacional Tutorial (PET) – Saberes e Conexão Indígenas da instituição. “O que nós esperamos é que realmente parem os ataques, que as pessoas realmente possam responder pelos seus atos de violência contra todos os povos indígenas. Porque olha, as lutas são grandes, são distintas”, disse.
Já Omar, que veio do município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, para cursar Ciências Biológicas na UFSCar, pede especialmente por mais investimentos nas universidades públicas. “Espero que, realmente, seja melhorado [a oferta de bolsas de permanência] dentro das universidades, para que os povos indígenas possam também usufruir grande parte da diversidade que a universidade oferece”, ressaltou o estudante índigena da etnia baré.
Confira a íntegra da entrevista (a partir de 8min13s):