Uma escuta ativa pode ser tão importante quanto a doação de alimentos às pessoas em situação de rua. É o que acreditam os integrantes da Soro Invisível, organização da sociedade civil fundada em 2022. O advogado Hugo Bruzi, o publicitário Vinicius Trentin e a jornalista Amanda Monteiro, que pertencem à iniciativa sorocabana, foram os convidados da edição desta terça-feira (7) do Porque Sem Filtro, o webjornal do Portal Porque.
A organização é inspirada na ONG SP Invisível, que realiza desde 2014 um trabalho de humanização com a população de rua na capital paulista. “Eu tinha conhecimento de alguns líderes do Campinas Invisível, acabei conhecendo o André Soler, que é o fundador do SP Invisível. E aí, em uma troca, uma ideia, a gente falou ‘vamos levar para Sorocaba’”, conta Hugo Bruzi.
Para o advogado, que também é presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB Sorocaba, no município “falta investimento do Poder Público para onde é necessário e se destina para comunidades terapêuticas, que muitas vezes são geridas por igrejas evangélicas ou por centros religiosos, que não fazem um acompanhamento dessas pessoas através de um tratamento médico ou multidisciplinar”.
As consequências, do que chama de “sucateamento” da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), são identificadas em conversas com a população de rua. “A conversa, o acolhimento dessas pessoas acaba sendo mais importante do que o próprio alimento. A gente se utiliza do alimento para chegar nessas pessoas, mas o que elas querem, realmente, é serem enxergadas, serem ouvidas”, diz Vinicius Trentin, cofundador.
Além de falar sobre os trabalhos e a realidade da população de rua em Sorocaba, a Soro Invisível anunciou, durante a entrevista ao Porque Sem Filtro, o lançamento de um podcast. Na transmissão, Amanda Monteiro, que é coordenadora de comunicação da organização, contou que “o podcast vem justamente com essa finalidade: de contar mais a fundo as histórias”. O episódio piloto está disponível no Spotify.
Confira a íntegra da entrevista (a partir de 5min30s):