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Protesto pela morte de bebê em Salto de Pirapora reúne cerca de 60 pessoas

Recém-nascido morreu na Maternidade Municipal e familiares acusam a equipe médica de negligência; nova gestão da unidade promete mudanças

Portal Porque

Munidos de faixas, cartazes, vestindo camisetas personalizadas e com balões brancos, manifestantes percorrem as principais vias da região central. Fotos: Vanessa Goes/Jornal da Cidade de Salto de Pirapora

A morte suspeita do bebê Miguel na Maternidade de Salto de Pirapora levou cerca de 60 pessoas às ruas da cidade, na manhã deste sábado (20). Munidos de faixas, cartazes, alguns vestindo camiseta onde estava estampada o rosto da criança, eles protestaram contra o que consideram negligência ou imperícia da equipe médica que atendeu a gestante Gabrielle.

A caminhada começou na Praça da Igreja Matriz, passou pela rua da feira, tudo isso na região central, e terminou em frente à maternidade, onde os participantes fizeram uma grande roda, rezaram um Pai Nosso e soltaram balões brancos.

Organizadora do ato, a técnica de enfermagem Daniele Cachalli, avó de Miguel, conta que na manifestação também esteve presente o diretor-geral da Santa Casa de Misericórdia, Luciano Henrique Souza Oliveira, nova gestora da maternidade. Segundo ela, o representante do hospital prometeu mudanças no atendimento e até mesmo, se preciso, a substituição de alguns profissionais.

Ainda conforme Daniele, a morte de Miguel provocou a troca da empresta terceirizada que respondia pela Maternidade Municipal. O Instituto Avante Social – o mesmo que faz a gestão da UPH (Unidade Pré-Hospitalar) da Zona Norte, em Sorocaba – foi substituída pela Santa Casa de Misericórdia de Salto de Pirapora.

O que diz a Santa Casa?

No fim da tarde deste sábado (20), o diretor-geral da Santa Casa, Luciano Henrique Souza Oliveira, revelou que a irmandade assumiu a maternidade às 19h de domingo (14) passado, de forma emergencial. Conforme ele, o compromisso é de não medir esforços para que a unidade se torne motivo de orgulho para a cidade, bem como referência em atendimento e gestão. “Foi o que o nosso prefeito Matheus [Matheus Marum] me pediu e foi esse o nosso compromisso assumido com ele”, acrescenta.

Luciano diz ainda que a equipe técnica da Santa Casa já está trabalhando para mudar o que for necessário e trazer profissionais de excelência para compor o quadro médico e de funcionários, além de buscar melhorias para a estrutura física e mais equipamentos. “Sabemos de nossa responsabilidade e estamos cientes do grande compromisso que estamos assistindo com Salto de Pirapora”, conclui.

Entenda o caso

Daniele acusa a equipe médica da maternidade de ser a responsável pela morte de Miguel, três horas após uma cesariana de emergência em sua nora, Gabrielle, em 25 de fevereiro. A causa foi insuficiência respiratória crônica e anoxia intrauterina.

Segundo a Wikipedia, “as principais causas de anoxia são os partos complicados, demorados e não assistidos, que interrompem o fluxo sanguíneo placentário para o feto; a obstrução das vias aéreas do recém-nascido por secreções, sangue, líquido amniótico ou mecônio (evacuação fetal) e a apneia do recém-nascido”.

Por isso, Daniele e sua família estão indignados com a falta de agilidade para providenciar os atendimentos necessários visando preservar a vida da mãe e da criança. “Nossa luta é para que ninguém mais venha a passar pelo que a gente está passando, para que não aconteça novamente”, afirma.

*** Matéria atualizada às 17h40 deste sábado (20)

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