A 15ª edição da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba bateu recorde de público neste domingo, 28, durante o percurso da Praça Frei Baraúna, no Centro, até o Parque Carlos Alberto de Souza, no Campolim. Segundo a estimativa do organizador do evento, Ronaldo Pires, a parada deste ano reuniu 20 mil pessoas.
A celebração festiva e pacífica, que teve como tema “Vote pela vida, vote com orgulho”, foi marcada por discursos críticos sobre a importância do voto e palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). A 15ª edição também marcou o retorno do evento às ruas da cidade após dois anos de restrições devido à pandemia da covid-19.

Manifestante cobra por assistência às pessoas travestis durante percurso do evento até o Campolim (Foto: Carol Fernandes)
Durante discurso no trio elétrico, o organizador Ronaldo Pires destacou que o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo e reforçou a importância de eleger, em outubro deste ano, políticos comprometidos com as minorias sociais. “Nós [pessoas LGBTQIA+] temos que ir para a urna sim, e dizer: fora Bolsonaro!”, afirmou.
Pires também pediu vaias ao prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), em protesto contra a falta de apoio da Prefeitura de Sorocaba, que não providenciou banheiros químicos. Esta estrutura, de acordo com o organizador, foi adquirida com apoio do Sesc e de uma casa noturna localizada no Jardim do Paço. Em lugar disso, a Secretaria de Saúde de Sorocaba instalou no local uma tenda com testes gratuitos de sífilis e HIV.

Big Lea, drag queen e performer sorocabana, levou sua mãe Gislene Antunes ao evento pela primeira vez e contou que seu desejo é de que todas as pessoas LGBTQIA+ pudessem ter a presença e o apoio da família nesses momentos (Foto: Carol Fernandes)
A vereadora Fernanda Garcia (Psol), que também participou do evento, lembrou da mobilização em torno do requerimento que tentou impedir a realização da Parada em Sorocaba (leia mais aqui) e destacou a importância da celebração. “Esse é um ato não só de legitimar, de fortalecer a luta da comunidade LGBTQIA+ em Sorocaba, mas também de trazer a conscientização de quem está nos representando”, disse.
Além de pessoas LGBTQIA+, simpatizantes e candidatas a deputada estadual e federal, o evento foi marcado pela presença de integrantes da igreja apostólica Cidade de Refúgio, que fizeram uma ação na Praça Frei Baraúna. “Quando Jesus veio à Terra, ele veio para agraciar e abraçar a todos. Então essa é a proposta da igreja não inclusiva, mas a pluralista”, explicou o pastor Elvis Moraes, responsável pela unidade da Cidade de Refúgio em Sorocaba.

Integrantes da igreja apostólica Cidade de Refúgio durante ação na Praça Frei Baraúna (Foto: Carol Fernandes)
A Parada deixou a Frei Baraúna por volta das 17h, numa caminhada festiva e sem incidentes, e chegou às 19h no Campolim. Nas proximidades do hospital do câncer infantil do Gpaci, na avenida Washington Luiz, o equipamento de som foi desligado, em respeito às pessoas internadas e aos profissionais da Saúde.