Alexandre Vannucchi Leme, em março de 1973, aos 22 anos, foi tortura e assassinado pela ditadura militar. Foto: Divulgação
A Uniso (Universidade de Sorocaba) promove, nesta sexta-feira (31), uma palestra em alusão ao mês que assinala os 50 anos da morte Alexandre Vannucchi Leme, jovem sorocabano e estudante de geologia da USP (Universidade de São Paulo) que foi torturado e assassinado pela ditadura militar. O evento será às 19h, no Auditório do Bloco F, localizado na Rodovia Raposo Tavares, km 92,5, Vila Artura.
“Por que Alexandre Vannucchi Leme?” Essa pergunta, que é o tema da palestra, ecoou na cabeça de seus amigos e familiares, quando, em 17 de março de 1973, aos 22 anos, após ser sequestrado na rua e levado para o DOI-Codi, um centro de tortura da ditadura militar, Alexandre foi assassinado. A palestra será ministrada pelo professor Aldo Vannucchi, fundador da Uniso, filósofo, educador e tio de Alexandre.
O jovem, que era conhecido como Minhoca pelos colegas, não somente por ser ser mirrado e franzino, mas por imitar um professor que os veteranos chamavam de Minhocão, foi enterrado como indigente, em uma tentativa das autoridades de esconderem o crime que haviam cometido. Mais tarde, foi publicada uma notícia falsa de que Minhoca havia sido atropelado ao tentar escapar da polícia.
No entanto, alunos da USP procuraram o arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, e propuseram a ele que fizesse uma missa na Cidade Universitária em homenagem ao estudante, com o objetivo de dar visibilidade ao caso. Compareceram à igreja cerca de três mil pessoas — evento que se tornou o primeiro grande ato contra o governo Médici.
A palestra acontecerá nesta sexta-feira (31) por ser o dia em que, no ano de 1964, foi deflagrado o golpe militar contra a República Federativa do Brasil. A realização é do Centro Acadêmico de Direito da Uniso (@cad_uniso), que leva o nome de Alexandre.
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*Com informações do Jornal USP, em artigo publicado por Camilo Vannuchi
