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Pais denunciam atraso na entrega de materiais básicos na rede municipal de ensino

Até mesmo os livros e os uniformes escolares não estão chegando a tempo hábil; vereadores Iara Bernardi (PT) e Ítalo Moreira (PSC) promovem audiência pública para tratar do caso

Maíra Fernandes (Portal Porque)

Mães estão revoltadas e alegam que, desde o início do ano letivo, algumas escolas ainda não receberam, além do material básico, livros didáticos e até mesmo uniforme. Foto: Michele Alves/Prefeitura de Sorocaba

Materiais escolares básicos não estão chegando aos alunos da rede municipal de ensino. Reclamações de pais de alunos ao Portal Porque e também denúncias feitas à vereadora Iara Bernardi (PT) dão conta que, desde o início do ano letivo, algumas escolas ainda não receberam, além do material básico, livros didáticos e até mesmo uniformes. A Prefeitura de Sorocaba, como de praxe, não nega e nem confirma as denúncias.

A maioria das reclamações é de pais de alunos que frequentam a Escola Professora Renata Cabrerisso da Costa, localizada no Éden. Em um grupo formado pelos responsáveis dos discentes, os relatos são de que, há seis meses, a unidade não dispõe de itens básicos como cola, lápis e cadernos. Assim, é a própria APM (Associação de Pais e Mestres) que está arcando com essas aquisições.

A enfermeira Jeane Bezerra, mãe de uma aluna da escola, se revoltou ao saber da situação e foi até a Sedu (Secretaria Municipal de Educação), na semana passada, para fazer a denúncia e cobrar as autoridades. “Falei com uma assessora da Sedu e fiz a denúncia de que as crianças estão sem livros, sem material básico e sem uniforme. Que as condições estão precárias”, conta.

Após as queixas, técnicos da Secretaria de Educação teriam ido à unidade, nesta semana, revela Jeane, e deram prazo de 45 a 60 dias para regularizar a situação. Promessa essa também não confirmada ao Porque pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba.

A enfermeira acrescenta que a própria direção da escola informou, em reunião com os pais, que, desde o início do ano, envia e-mails à Sedu relatando a situação, mas nunca recebeu resposta. “A direção é muito boa e está conseguindo arrumar algumas coisas, mas a situação toda é muito precária”, afirma Jeane, lembrando que as crianças estão alocadas, provisoriamente, em um prédio da Comunidade Kolping até que a nova unidade seja concluída.

Já a dona de casa Gisele Santana, também mãe de aluno da mesma escola, reitera que a direção admite que não houve repasse de livros e nem de materiais básicos e que a Prefeitura não se posicionou sobre as carências. “Meu filho tem autismo e estava com uma estagiária na sala até a sexta-feira, dia 12. Agora ela saiu e ele está sem um auxiliar pedagógico. A diretora falou que tem vaga, mas não tem estagiária. Mas quem manda é a Prefeitura, né? Só Deus sabe quando ele vai ter esse auxiliar. Falta tudo nessa escola”, desabafa, pontuando outro problema da rede municipal: a falta de profissionais, principalmente para os alunos laudados (com laudo que atesta necessidade de acompanhamento especial).

Em outras unidades

Mesmo que os relatos tenham se concentrado na escola localizada no Éden, a vereadora Iara Bernardi (PT) ressalta que as reclamações que chegam até seu conhecimento são de muitas outras unidades de ensino, distribuídas em diferentes pontos da cidade. “Os pais estão comprando, pois não receberam o básico, que é papel sulfite, caneta, lápis… Materiais básicos para trabalhar tanto na pré-escola quanto no ensino fundamental”, afirma.

Em contraponto à realidade dessas escolas, Iara compara com as compras milionárias da Sedu, inclusive aquelas que estão sendo investigadas pelo Ministério Público, bem como o silencio do atual Conselho Municipal de Educação. “Essas compras milionárias e até desnecessárias estão atulhando de material as escolas, mas o básico não tem. O que tanto professores quanto alunos precisam, não chegou. É uma desorganização e me preocupa muito as contas da área da educação.”

Ainda conforme a vereadora, há disparidades imensas com relação aos gastos da pasta e, por isso, é necessário a atenção e, se preciso for, denunciar aos órgãos competentes

Audiência pública

Para falar sobre o assunto, Iara e o colega de Legislativo Ítalo Moreira (PSC) chamaram uma audiência pública para a próxima quinta-feira (25), a partir das 19h, na Câmara de Sorocaba. O tema será “Vales uniformes e materiais escolares para as escolas”.

O evento, aberto ao público, vai debater a situação do repasse dos materiais na rede municipal de ensino e, também, a opção do governo municipal em adquirir os kits de uniformes de uma empresa de fora na cidade, não contribuindo com a economia local.

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