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Movimentos se unem para celebrar o Dia da Mulher Negra com uma série de eventos

Agenda do 'Julho das Pretas' vai até este domingo (30); haverá roda de conversa, sarau e feira de empreendedorismo, com a presença de mulheres pretas de Sorocaba e região

Maiara Beatriz (Portal Porque)

‘Julho das pretas’ conta com a organização do Movimento Antirracista de Sorocaba, do Coletivo das Pretas — movimento formado por mulheres de várias organizações — e da Diretoria 015. Foto: Divulgação

Para celebrar o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho, será realizado o “Julho das Pretas”, uma série de eventos gratuitos que começaram nesta segunda-feira (24) e seguem até domingo (30). A iniciativa é do Movimento Antirracista de Sorocaba, da Diretoria 015 e do Coletivo das Pretas — movimento formado por mulheres de várias organizações.

Nesta terça-feira (25), serão realizados dois eventos. O primeiro será às 10h, na Secretaria da Cidadania, situada na Rua Santa Cruz, 116, Centro. A atividade terá como tema “Mulheres Negras – o empreendedorismo delas avançando na sociedade”. A ação é uma parceria da Prefeitura de Sorocaba com as seguintes instituições atuantes no município: Coletivo de Mulheres Pretas de Sorocaba, Momunes (Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba), Nucab (Núcleo de Cultura Afro-Brasileira) da Uniso (Universidade de Sorocaba) e Conselho Municipal da Comunidade Negra.

O segundo evento é o “Sarau das Pretas”, que começa às 19h, no Lacanga Bar, localizado na Rua Sarutaiá, 169, Centro. Michelle Andrade, 24 anos, militante e uma das fundadoras do Movimento Antirracista e do Coletivo das Pretas, explica que o evento é uma forma de acolhimento. “O Sarau foi criado para que pudéssemos nos amar e celebrar o Dia da Mulher Preta, para nos lembrarmos também que não estamos sozinhas nos momentos de luta.”

Além disso, Michelle relata que o evento é uma forma de atrair o público jovem. “Percebemos que o público jovem raramente vai nesses eventos de militância, a população jovem precisa ser cativada e o Lacanga Bar é um lugar bem gostoso”, completa.

Na quarta-feira (26), às 19h, haverá uma outra roda de conversa na Amorena Cuscuz, situada na Rua Antônio Soares, 233. Já no domingo (30), das 15h às 19h, o “Julho das Pretas” se encerra com a “1ª Feira de Afroempreendedoras”, no Isla Cultura e Arte, localizado na Avenida Barão de Tatuí, 33, Centro.

Michelle explica que a feira contará com a presença de artistas e de mulheres pretas empreendedoras de Sorocaba e região. Além disso, o público poderá curtir uma apresentação das Latifahs, núcleo formado pelas DJs e produtoras Bbeka e Bibi. A programação completa da feira e dos demais eventos pode ser conferida pelo Instagram do Movimento Antirracista.

De acordo com Michelle, toda a organização dos eventos é composta por mulheres pretas vindas de diferentes instituições. Porém, há também mulheres que não participam de nenhuma militância. “O nosso intuito com o ‘Julho das Pretas’ foi juntar a maioria das mulheres pretas que conseguíssemos para fazer uma ação conjunta com vários eventos, para que uma pudesse agregar no evento da outra.”

Ela relata que utilizou o Instagram para convidar as mulheres pretas para participarem da ação. “Juntamos várias organizações e fundamos o Coletivo das Pretas. Usamos o Instagram do Movimento Antirracista como um norteador, mas, futuramente, pensamos em fazer um para o Coletivo também. A Diretoria 015 entrou junto com a gente na organização.”

A importância do dia 25 de julho

Michelle fala ainda sobre a importância do dia 25 de julho, data em que se celebra o Dia Nacional de Tereza de Benguela e o Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha. Para ela, a data é uma forma de lembrar que a história do povo preto é rica e precisa ser contada.

“Tivemos uma reunião com a Secretaria da Educação, logo no começo do Movimento Antirracista, porque há uma lei que diz que é obrigatório o ensino da história africana, afro-brasileira e indígena nas escolas”. A lei citada é a de n°10.639, que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira no currículo oficial da Rede de Ensino. Porém, ela explica que não houve uma solução. “Eles alegam que não há verbas ou professores qualificados para isso.”

Sore o Movimento Antirracista

O Movimento Antirracista de Sorocaba surgiu no dia 6 de julho de 2020, data da primeira manifestação organizada pelo grupo. Michelle relata que o movimento começou com ela. “Tomei a iniciativa de fazer a manifestação, foi na época da morte do George Floyd. Estavam ocorrendo várias outras mortes aqui no Brasil de jovens pretos e a mídia estava ocultando”, relata.

Além disso, Michelle, que é professora, conta que a educação também é uma forma de militância. Deste modo, o movimento se propõe a ensinar as pessoas a serem antirracistas. Porém, ela ressalta: “colocamos o adendo de que não somos “negrowikipédia”, queremos que as pessoas pesquisem e saiam da zona do comodismo.”

Serviço
‘Julho das Pretas’

Quando: nesta terça (25), quarta (26) e domingo (30)
Onde: eventos desta terça (25) ocorrem na Secretaria da Cidadania – Rua Santa Cruz, 116, Centro, e no Lacanga Bar – Rua Sarutaiá, 169, Centro; de quarta (26) na Amorena Cuscuz – Rua Antônio Soares, 233, e de domingo (30) no Isla Cultura e Arte – Avenida Barão de Tatuí, 33, Centro
Horário: primeiro evento desta terça-feira (25) será às 10h e o segundo às 19h; o de quarta-feira (26) às 19h e o de domingo (30) será das 15h às 19h
Entrada: gratuita

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“Julho das Pretas” Coletivo de Mulheres Pretas de Sorocaba Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha Movimento Antirracista de Sorocaba
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