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Motivo que levou policial militar a matar dois colegas em Salto será apurado

Corporação também divulga nota à imprensa lamentando as mortes, enquanto Prefeitura decreta luto oficial de três dias

Paulo Andrade (Portal Porque)*

Capitão Josias Justi e Sargento Roberto Silva são mortos a tiros de fuzil pelo sargento Gouveia, na 3ª Companhia da PM, em Salto. Foto: V. Lenzi Jr./Jornal Taperá

Segundo a Polícia Militar, as razões que levaram um sargento da PM a matar a tiros dois colegas de farda em Salto, cidade distante cerca de 50 quilômetros de Sorocaba, na manhã desta segunda-feira (15), ainda serão esclarecidas com o auxílio da Polícia Judiciária Militar e da Corregedoria da corporação.

O crime aconteceu um pouco antes das 9h. O sargento identificado como Gouveia invadiu uma base da PM em Salto, se trancou em uma sala com o sargento Roberto da Silva e com o capitão Josias Justi e os matou a tiros de fuzil.

Uma testemunha, dentro do próprio Batalhão da Polícia, disse ter ouvido pelo menos três disparos. Gouveia se entregou logo em seguida e foi preso. O Corpo de Bombeiros chegou rapidamente para atender a ocorrência, mas as vítimas já estavam mortas.

Em nota à imprensa, a PM lamentou o episódio e reafirmou que o caso será apurado. “É com extremo pesar que a Polícia Militar informa que nesta segunda-feira (15), por volta das 9h, dois policiais militares foram atingidos por disparos de arma de fogo efetuados por um sargento da instituição por razões ainda a serem esclarecidas. Infelizmente, as vítimas entraram em óbito”, diz a nota.

Junto com a nota de pesar a corporação reafirmou que a Polícia Judiciária Militar, com o acompanhamento da Corregedoria, já está tomando providências para apurar o ocorrido. A Prefeitura de Salto também divulgou nota de pesar e decretou luto de três dias.

O crime aconteceu no Jardim Bom Retiro, na 3ª Companhia de Polícia Militar de Salto. Um dos policiais mortos, capitão Josias Justi da Conceição Júnior, era o comandante da 3ª Companhia da PM em Salto. Ele morava em Sorocaba com a família: mulher e três filhos pequenos.

O outro PM morto, Roberto Aparecido da Silva, era sargento também na 3ª Companhia da PM em Salto. Ainda não há informações sobre local de residência dele e sobre familiares.

Outros casos

Veja a seguir outros casos recentes de policiais que mataram colegas de profissão, segundo levantamento da Folhapress.

Neste domingo (14), um policial civil foi preso sob suspeita de matar a tiros quatro colegas numa delegacia em Camocim, Ceará, cidade a 350 quilômetros de Fortaleza. Ele chegou a fugir numa viatura da corporação, mas se entregou num quartel da Polícia Militar logo em seguida. Ainda não há informações sobre a motivação do crime. As vítimas foram os escrivães Antonio Claudio dos Santos, Antonio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, bem como o inspetor Gabriel de Souza Ferreira.

Já em 5 de abril, em São Paulo, um capitão da Polícia Militar, chamado Laroca, e um cabo, chamado Rizzo, mataram a tiros o sargento Rulian Ricardo em um batalhão no Jardim Santa Emília, zona sul. O capitão Francisco Laroca disparou três vezes contra o sargento Rulian durante um desentendimento dentro da 4ª Companhia do 46º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano. O motorista que acompanhava Laroca, identificado apenas como cabo Rizzo, efetuou um quarto disparo. Rulian foi atingido no pescoço e na região do tórax e, apesar de ter sido prontamente socorrido, não resistiu aos ferimentos.

O sargento Rulian, morto por colegas na capital paulista, ingressou na corporação em junho de 2006. Em 2020, quando atuava em Franca, interior paulista, ele salvou uma criança que havia se engasgado com uma moeda de R$ 0,10 e foi homenageado na cidade.

*Com informações da Folhapress

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