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Mesmo após liberação, sorocabanos usam máscara em locais abertos

Maíra Fernandes

O governo do Estado de São Paulo liberou a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção contra a covid-19 em locais abertos, no último dia 9. De acordo com o decreto, o uso de máscara passou a ser opcional em locais como vias públicas, parques, ambientes escolares abertos, shows e eventos ao ar livre. No entanto, após essa divulgação, o que se vê nas ruas centrais de Sorocaba são muitas pessoas ainda optando por manter o item de proteção.

Num dia comum de semana, poucas eram as pessoas que dispensaram a máscara. Mesmo com o forte calor, Juliana Patrícia Ribeiro, atendente, 27, permanecia com a máscara no rosto em seu momento de folga. “Eu já me acostumei que até esqueço que não é obrigatório. E trabalho em lugar fechado, então passo o maior tempo do dia com ela mesmo, que já acho normal”, falou ela que, no começo da pandemia, estranhou muito e teve dificuldade em incorporar o novo item ao dia a dia. “No frio foi mais tranquilo, mas no calor a gente sofre”, ponderou.

O governo do Estado de São Paulo liberou a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais abertos, mas o que se vê são muitas pessoas ainda optando por manter o item de proteção. (Cortesia/Sandra Ribeiro)

Antônio Carlos Miguel, autônomo, 45, foi ao Centro para buscar produtos que comercializa. Ao sair de casa, nem cogitou não levar sua máscara. “Eu tive que entrar em lugar fechado, mas mesmo assim não abro mão da máscara, nem sozinho no carro. Daí é por costume e por medo mesmo. Eu sou contra liberarem a máscara porque não sabemos muito dessa doença. Perdi uma amiga nova e saudável. Ninguém ainda está 100% seguro.”

O pensamento do autônomo é similar ao de Luciana Andrade, professora, 36. Para ela, independente das flexibilidades propostas pelas autoridades, vai manter alguns hábitos adquiridos durante a pandemia. “O brasileiro precisaria incorporar na vida dele essas questões, que são de higiene, como lavar bem as mãos e passar álcool. Também o uso de máscaras quando a pessoa está com gripe ou outra doença transmissível. Agora desenvolvi até uma fobia de lugar fechado e com muita gente, foi difícil voltar a trabalhar presencialmente”, comentou.

Até quem decidiu tirar a máscara ao ar livre preferiu fazer isso em locais mais isolados. “Tá muito calor, vim nesse cantinho para dar uma respirada e fumar um cigarro”, contou Júlio Aílton Hidalgo, desempregado, 23. Ele, que estava distribuindo currículo, falou que havia andado muito e a máscara “já estava colando no rosto”, mas parou distante da população para retirá-la. “No meio do povo eu ainda não tenho coragem, mas não vou ser hipócrita porque eu saio e vou a bares lotados de gente sem máscara nas mesas”, avaliou.

AMBIENTES FECHADOS

Enquanto a população tenta se acostumar às novas medidas, o governo já anunciou que nas próximas duas semanas o Comitê Científico irá analisar o cenário da doença a partir dessa nova flexibilização, e avaliar a possibilidade de desobrigar o uso das máscaras também em ambientes fechados. Vários especialistas já se posicionaram contra a medida, que julgam precipitada apesar do recuo do número de casos e de óbitos.

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