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Manifestação no centro de Sorocaba pede a redução da taxa de juros

Protesto foi realizado na manhã deste sábado (8) e percorreu as ruas da região central da cidade

Jônatas Rosa (Portal Porque)

Manifestantes também pediram o impeachment do presidente do Banco Central, Campos Neto. Foto: Jônatas Rosa/Portal Porque

“Juros baixos já” e “fora, Campos Neto”. Estas foram as palavras de ordem do protesto realizado em Sorocaba na manhã deste sábado (8). Organizada pelas centrais sindicais, movimentos populares e partidos políticos, a manifestação teve início na Praça Frei Baraúna e, na sequência, percorreu as ruas da região central da cidade.

O ato pede a redução da taxa básica de juros, a Selic, e também o impeachment do presidente do Banco Central, Campos Neto. As centrais sindicais (CUT, Força Sindical, UGT e CTB), o Movimento Frente Brasil Popular e os partidos PT e Psol participaram da atividade.

O coordenador da subsede Sorocaba da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Antonio Sérgio, explica que o ato é fundamental para chamar atenção da sociedade para a alta taxa de juros. “No nosso entendimento os juros altos travam a economia, travam as vendas porque as pessoas não conseguem comprar, financiar casa nem carro. Então, nossa manifestação é contra os juros altos e a política do Campos Neto”.

Carlos dos Santos, coordenador da subsede da Força Sindical Sorocaba, destaca que é preciso haver concordância da política praticada pelo Governo Federal com a taxa de juros. “É importante que a taxa de juros seja baixa porque assim nós conseguimos atender as necessidades da nossa sociedade dentro daquilo que é o equilíbrio das relações: política de governo, juros baixos e geração de emprego”.

Para o presidente do SMetal (Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região), Leandro Soares, o atual patamar da Selic impede que investimentos sejam feitos no país. “Precisamos dar um basta para Campos Neto com essa política do Banco Central. Uma política que trava o crescimento e desenvolvimento do nosso país. Não adianta termos uma reforma tributária aprovada depois de anos tramitando no Congresso e a taxa de juros continuar em 13,75%. É uma taxa de juros que prejudica os investimentos e o desenvolvimento social e econômico do país, gerando, inclusive, desemprego”.

Ato foi organizado pelas Centrais Sindicais, movimentos populares e partidos políticos. Foto: Jônatas Rosa/Portal Porque

Lucro para os mais ricos

O presidente do PT Sorocaba, Adailton dos Santos, lembra que a economia brasileira e a inflação, sob o governo Lula, estão estabilizadas e isso deve refletir na taxa de juros. “Nós até defendemos que a taxa de juros tem que baixar gradativamente, mas não aguentamos mais o atual patamar de 13,75%. Isso reflete no dia a dia dos trabalhadores, na economia como um todo, em financiamentos de casa, de veículos. E todo o custo dos juros altos quem paga é a classe trabalhadora”.

Paula Penha, presidente do Psol Sorocaba, também aponta que a situação pesa no bolso da classe trabalhadora. “O grande prejuízo da alta taxa de juros que temos no Brasil, uma das maiores do mundo, é fazer com que tudo fique mais caro para o trabalhador. Quem lucra com a alta taxa de juros é a burguesia, são os mais ricos enquanto a população acaba sofrendo quando tem que fazer um financiamento, quando não consegue pagar os juros do cartão de crédito de forma integral”.

Brasil tem a taxa mais alta do mundo

A taxa de juros básica, a Selic, está em 13,75%. Ela é a maior taxa de juros real do mundo. A taxa Selic em alta influencia todas as outras taxas brasileiras. No atual patamar, ela faz com que empréstimos, financiamentos e investimentos fiquem mais caros e, como consequência, afeta a economia, a renda e os empregos.

Quem decide o patamar da taxa é o Copom (Comitê de Política Monetária), órgão do Banco Central. O presidente do Copom, Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, é o responsável por manter os juros em alta, prejudicando os investimentos, o desenvolvimento econômico e, por consequência, toda a população brasileira.

 

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