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Mãe reivindica mais representatividade para as crianças pretas com Down

O calendário assinala hoje o Dia Internacional da Síndrome de Down e Dia Internacional contra a Discriminação Racial – dois temas presentes na vida e na luta de Gabriela

Fernanda Ikedo

“Sou mulher, preta, periférica e mãe de uma criança com síndrome de Down múltiplo, também surdo e autista. Tudo o que consigo é com muita luta”, afirma Gabriela Pereira dos Santos, 34 anos, mãe do Benyamin, 6.

Nesta segunda-feira, 21, Dia Internacional contra a Discriminação Racial e Dia Internacional da Síndrome de Down, Gabriela deseja “que as entidades e todas as instâncias de governo possam ampliar o debate sobre a representatividade e deem espaço para as pessoas pretas com síndrome de Down e seus familiares”.

Benyamin frequenta escola regular municipal e é filho único. Gabriela questiona o motivo de não ver outras mães pretas com filhos Down. “Onde estão?”

“Quando aparece criança com Down é sempre branca. As negras acabam sendo ainda mais invisibilizadas”, diz Gabriela. (Arquivo Pessoal)

A desigualdade social pode ser uma das respostas. Em declarações publicadas na imprensa, a diretora da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, Lenir Santos, declarou que “a maioria dos pobres é negra, então eles têm menos acesso a todos os serviços, entre eles o serviço de atendimento à pessoa com deficiência”.

Quando Gabriela fala sobre representatividade, ela menciona também os espaços em jornais, revistas, TVs, propagandas. “Quando aparece criança com Down é sempre branca. As negras acabam sendo ainda mais invisibilizadas.”

LUTA COLETIVA

Gabriela não para de acionar todas as instâncias para obter os direitos para o filho e também utiliza as redes sociais para conseguir chegar a mais pessoas que estão na mesma luta e buscar por apoio, seja municipal, regional ou nacional. Agora mesmo ela procura, via judicial, atendimento nas especialidades médicas que o Beny precisa.

Por isso, nessa data em que se dá mais visibilidade ao combate ao racismo e às questões da Síndrome de Down, Gaby, como é chamada, afirma: “Essa luta não é minha, ela sempre foi coletiva.”

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