O piedadense Julio Schneider Neto formou-se pela USP está fazendo mestrado na Unicamp e há anos reside e leciona em São Roque. Foto: Acervo pessoal/Helena Schneider
O professor e historiador Julio Schneider Neto, nascido em Piedade e morador de São Roque, teve uma coleção de livros didáticos recentemente certificados pelo Ministério da Educação (MEC) e poderá ser utilizado em escolas de todo o Brasil em 2024 no aprendizado de História nos anos finais do ensino fundamental.
A coleção de livros chama-se “Segue a Trilha – História” e já foi aprovada pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). Composta por quatro volumes, a coleção traz competências e habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), do 6° ao 9° ano, segundo o próprio MEC.
Além de Julio, também assinam a obra Antônio Reis Junior, José Antônio Vasconcelos e Solange Almeida Freitas, professores em São Paulo, capital. A editora Palavras Projetos Editoriais já assumiu a reprodução e distribuição da obra.
Cada um dos quatro volumes do “Segue a Trilha” é formado por oito unidades. O objetivo principal da obra didática, segundo o historiador da região é “apresentar aos estudantes os diferentes processos e dinâmicas por meio dos quais a humanidade, em diferentes tempos e espaços, construiu e constrói sua história”.
Como os livros de Julio já estão devidamente habilitados pelo Ministério, eles farão parte de uma relação oficial que será recebida em agosto deste ano por professores, diretores de escola e diretorias de ensino.
A partir de agosto, portanto, os educadores poderão escolher o “Segue a Trilha” e fazer os pedidos para uso em 2024. A partir desses pedidos, a editora fará a impressão para envio às escolas e diretorias de ensino.
“Como o ‘Segue a Trilha’ vai constar na relação do PNLD, ele poderá ser adotado pela rede pública de ensino, por professores de todo o território nacional. O livro [coleção] poderá estar na região central de Piedade, em escolas de Sorocaba, na periferia de Votorantim, num bairro central de Manaus, na periferia de Recife, um bairro de classe média de Belo Horizonte. Enfim, ele é aprovado nacionalmente”, disse Julio por telefone ao Portal Porque neste domingo, 14, Dia das Mães, quando visitava sua mãe, Hortência, em Piedade.
Quem é Julio Schneider
Julio Schneider Neto tem 45 anos de idade, nasceu e estudou até o ensino médio em Piedade. Atualmente reside em São Roque. Ele leciona na rede privada de São Roque e São Paulo. Formou-se em História pela USP (Universidade de São Paulo). É especialista em Gestão Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP).
Atualmente Julio é também mestrando do Programa de Mestrado Profissional em Ensino de História pela Unicamp.
Apesar de ter apenas 45 anos, ele já acumula 26 anos de carreira na área de História. Isso porque desde o primeiro ano de USP ele já começou a fazer estágios. Seu primeiro trabalho na área, com 19 anos de idade, foi no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Julio acabou trabalhando dois anos e meio no Memorial da América Latina. Em seguida, fez estágio na biblioteca do Museu do Ipiranga. Depois, trabalhou dois anos no Itaú Cultural onde editou uma enciclopédia virtual de artes plásticas no Brasil, quando as publicações virtuais ainda estavam em seu início.
Depois do Itaú Cultural, o piedadense foi trabalhar na reorganização da biblioteca do MASP (Museu de Arte de São Paulo), que tinha passado por uma reforma naquela época. Paralelamente a esse trabalho, Julio era voluntário na ong Imagem Mágica, que trabalhava com fotografia artesanal e ensinava crianças a tirarem fotos com latinha. “Isso na época do filme de rolo e do papel fotográfico barato ainda”, diz o professor ao Porque.
Carreira no magistério
Já formado bacharel em história e tendo trabalhado em museus e instituições culturais, a partir de 2003 Julio começou a dedicar sua carreira ao magistério. Iniciou dando aulas na rede particular em São Paulo.
De 1997 a 2004 morou na capital do estado. Em seguida, conciliou o ensino privado com o magistério na rede pública por mais de 3 anos. Em 2005 voltou a morar em Piedade e por dois anos deu aulas em escolas públicas da rede estadual na sua cidade de origem e em Ibiúna. Em 2007 voltou a residir em São Paulo, onde trabalhou na rede estadual de lá junto com escolas particulares.
Em 2011, Julio mudou-se para São Roque, mas continuou lecionando na capital. A partir de 2020, iniciou sua carreira em escolas particulares do município onde reside.
Faz mais de 15 anos que está dedicado à rede particular, além de escrever artigos, pesquisar sobre a escravização de africanos em São Roque e, agora, tornar-se coautor dos livros didáticos “Segue a Trilha”.
“Além de dar aulas, atuar como pesquisador e escrever, atualmente também tenho como prioridade meu mestrado na Unicamp, no qual abordo questões pedagógicas que considero importantes, como levar o ensino de História para fora das salas de aula”, explica o professor.
Júlio é casado há 16 anos com a engenheira de alimentos Carolina e tem duas filhas.
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