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Justiça vai compartilhar com a CPI informações da ação penal sobre compra do prédio da Sedu

Pedido de informações foi feito pela própria Comissão, que investiga denúncias de irregularidades nos contratos da Secretaria de Educação no Governo Manga

Fábio Jammal Makhoul (Porque)

Dois secretários do Governo Manga e um engenheiro da prefeitura estão entre os réus do processo sobre a possível compra superfaturada do prédio da Sedu. Foto: Divulgação/Prefeitura de Sorocaba

A Justiça autorizou o compartilhamento das informações que detêm sobre a compra do prédio da Sedu (Secretaria de Educação) de Sorocaba com a CPI formada pela Câmara para apurar as denúncias de superfaturamento na aquisição do imóvel. A autorização é assinada pela juíza Margarete Pellizari, da 2ª Vara Criminal de Sorocaba, com data de 31 de março (sexta-feira), mas foi publicada somente nesta segunda-feira (3).

O pedido de compartilhamento das informações foi feito pela própria CPI, presidida pelo vereador Vinícius Aith (PRTB), em 13 de fevereiro. Na mesma data, o vereador contou ao Portal Porque que pretende trabalhar de forma integrada com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, responsável pelas investigações sobre a possível compra superfaturada.

“Já solicitamos cópia de toda a investigação e dos documentos que o Gaeco tem em mãos. Também nos colocamos à disposição para entregar os documentos e os resultados de nossas investigações. A ideia é trabalhar em conjunto com o Gaeco, trocando informações”, conta (leia mais).

O pedido da CPI e a decisão da juíza foram anexados na ação que corre na 2ª Vara Criminal de Sorocaba e que tem como réus dois membros do primeiro escalão do Governo Manga, Fausto Bossolo e Paulo Henrique Marcelo que, na época, ocupavam os cargos de secretários de Administração e de Planejamento, respectivamente.

A ação ainda tem como réus o engenheiro da Prefeitura responsável pela avaliação do imóvel, Areobaldo Negreti, e os proprietários do prédio, Arthur Fonseca Filho e Renato Machado de Araújo Fonseca.

Eles são acusados de montar um esquema de corrupção na Prefeitura para comprar o prédio que vai abrigar a Secretaria de Educação por um valor superfaturado em R$ 10 milhões. As denúncias sobre a possível compra superfaturada foram publicadas com exclusividade pelo Porque em julho do ano passado (leia aqui).

Secretário-réu foi contra o compartilhamento

Sobre o pedido de compartilhamento das informações com a CPI, o secretário Paulo Henrique Marcelo foi o único réu que manifestou oposição. Ele argumentou que a Comissão instaurada na Câmara de Vereadores tem “viés exclusivamente político e de caráter midiático”.

A CPI, no entanto, foi montada por vereadores da própria base aliada do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), justamente para blindá-lo e evitar que a oposição formasse uma comissão parlamentar.

Já os réus Arthur e Renato Fonseca e Areobaldo Negreti não manifestaram oposição, enquanto Fausto Bossolo não respondeu. O MP também concordou com o compartilhamento das informações.

A juíza, então, decidiu autorizar o compartilhamento das informações que contam na ação penal por entender que “não cabe ao Judiciário, por juízo que não o de legalidade, obstar ou embaraçar legítimo instrumento de fiscalização de outro poder”. Além disso, argumenta a juíza, o processo não tramita em sigilo ou segredo.

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