Há 50 anos, o estudante sorocabano Alexandre Vannuchi Leme foi sequestrado, torturado e assassinado por agentes do Doi-Codi, órgão de repressão da ditadura militar, em São Paulo. Entretanto, a morte de jovens por violência de Estado ainda é uma realidade no Brasil, de acordo com o jornalista e professor Camilo Vannuchi, convidado da edição desta terça-feira (22) do Porque Sem Filtro, o webjornal do Portal Porque.
Para Camilo, as estatísticas de violência de Estado que, no período de 1964 até 1985 eram caracterizadas por ter como alvos estudantes que se opunham ao regime militar, deram lugar a jovens negros e mais pobres. “Passa de mil por ano o número de jovens que são mortos pela polícia na democracia, em 2023”, ressalta.
Durante a entrevista, além de relembrar a morte do primo em segundo grau e da luta da família para encontrar o corpo do estudante, Camilo também falou sobre os eventos em homenagem a Alexandre Vannuchi, realizados em 17 de março (saiba mais aqui).
Naquela data, o jornalista também iniciou a pré-venda do livro “Eu só disse o meu nome”, que conta a história do estudante sorocabano. O título é em referência às últimas palavras ditas por Alexandre antes de morrer. “Eu ouvia, desde criança, ‘o que que você é do Vannuchi?. Eu achava estranha essa pergunta”, comentou na transmissão ao vivo.
Além de jornalista e professor, Camilo é autor do livro “Vala de Perus, uma biografia”, que resgata a história do ossário clandestino utilizado para esconder mais de mil vítimas da ditadura militar, na capital paulista.
Também foi membro e relator da Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo, em 2016. É mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela USP (Universidade de São Paulo).
Confira a íntegra da entrevista (a partir de 4min6s):