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Estiagem prolongada e calor aceleram floração de uvas e ameaçam safra da região

Alerta é de engenheiro agrônomo, especialista da Cooperativa Agroindustrial da Associação Paulista dos Produtores de Caqui; diretor da Cati acredita que não há motivo para apreensão

João Maurício da Rosa (Portal Porque)

Floração precoce estaria prejudicando o desenvolvimento dos frutos; inverno quente poderia afetar outras safras também. Foto: Divulgação

Com a estiagem prolongada e temperaturas chegando a 27 graus em pleno inverno, alguns parreirais da região de Sorocaba já começaram a florir precocemente, o que pode resultar em uma significativa perda de safra quando começar a temporada de chuvas em setembro próximo. De acordo com o engenheiro agrônomo Vítor Bom, a safra 2023/2024 teria começado com problema já na colheita deste ano, que ocorreu em meio a chuvas em excesso com perda de folhas antes do tempo.

“Aqui, como está acontecendo no Rio Grande do Sul, o clima não proporcionou um período de pós-colheita adequado para uva. Choveu demais durante a colheita, causando perda precoce das folhas, e agora as poucas horas de frio podem estar influenciando no acúmulo de carboidratos das gemas, ou seja, comprometendo o desenvolvimento dos brotos”, explica Vítor Bom, especialista da Cooperativa Agroindustrial da Associação Paulista dos Produtores de Caqui (APPC), entidade com sede em Pilar do Sul que reúne fruticultores em geral com destaque para caquis, uvas e atemoias.

Ao todo, os municípios de Pilar do Sul e São Miguel Arcanjo cultivam cerca de 2.200 hectares de uvas, com produção anual estimada em 60 mil toneladas. Entre produtores pilarenses que não integram a cooperativa não constam queixas de floração precoce na Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente de Pilar do Sul. De acordo com o secretário, José de Almeida Rosa Júnior, há relatos do problema junto aos produtores de uva niágara de São Miguel Arcanjo, uma variedade pouco comum em Pilar.

O diretor regional da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Luiz Antônio de Proença, não vê motivos para apreensão. Segundo ele, a produção na região não tem sofrido alterações que possam ser classificadas como extemporâneas. “Este mês de agosto é o mês de menores índices pluviométricos em séries históricas. Choveu pouco, mas choveu. Para a fruticultura pode haver reflexo com a questão de frutas de caroço, que não tiveram frio intenso no seu período de hibernação”, avalia Proença.

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