
Os golpistas acampam desde o dia 2 de novembro nas imediações da avenida Roberto Simonsen, local em que instalaram barracas, banheiros químicos, praça de alimentação e caixas de som, sem nenhuma interferência das autoridades para que a situação seja revertida. Foto: José Jesus Vicente/Repórter Autônomo
Entidades representantes da área da educação se manifestaram contra os transtornos causados a professores e alunos das unidades escolares próximas ao acampamento golpista, instalado há dez dias em frente ao quartel de Santa Rosália. Tanto a subsede local do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) como a Conselho Municipal de Educação repudiaram o caráter não democrático do acampamento, e se solidarizaram com alunos, professores e funcionários que estão sendo afetados pela ação dos bolsonaristas.
“Apesar de o Conselho Municipal de Educação não ter atribuições específicas à esfera das escolas estaduais, a presidenta do colegiado, Ana Paula Souza Brito, tomou conhecimento da situação da referida escola (Júlio Bierrembach) e pontuou que se solidariza com os respectivos estudantes e docentes”, falou a presidenta em nota enviada ao PORQUE.
Questionada, Ana Paula pontuou, também, que o Brasil é um país democrático e que há necessidade de se respeitar os resultados das eleições. “Os atos têm apontado impactos à esfera educacional das unidades escolares próximas, situação que merece uma atenção do poder público”, falou sobre as denúncias dos alunos, professores e funcionários da escola estadual Prof. Júlio Bierrenbach, publicadas pelo PORQUE (leia aqui).
Paula Penha, diretora estadual da Apeoesp e integrante da coordenação da subsede Sorocaba, contou que a entidade recebeu denúncias de professores e alunos da escola. “O posicionamento da Apeoesp é para que os atos golpistas sejam investigados e os responsáveis punidos. Também pela imediata desocupação das ruas do entorno à escola Prof. Júlio Bierrenbach”, defendeu Paula, reiterando que as manifestações são antidemocráticas e atrapalham o funcionamento das escolas, pontos comerciais, clínicas médicas, além de todo o transtorno causado aos moradores. “É inadmissível que essa situação perdure na cidade de Sorocaba, sem nenhuma ação da Prefeitura”.
Representações
O acampamento golpista que ocorre há dez dias em frente à base do Exército em Santa Rosália já recebeu duas representações no Ministério Público (MP) só nesta semana. A primeira, protocolada no dia 9 pelo ex-deputado estadual Raul Marcelo (Psol) pede para investigar e punir os organizadores do ato contra a democracia (leia aqui); e a segunda na sexta-feira, 11, pela vereadora Iara Bernardi (PT), pede que o MP interceda para que a Prefeitura de Sorocaba e o Governo do Estado garantam a imediata desobstrução de todas as vias públicas que estão sendo bloqueadas pelo acampamento dos golpistas, que pedem a intervenção dos militares para destituir o resultado do pleito que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) democraticamente (leia mais).
Os golpistas acampam desde o dia 2 de novembro nas imediações da avenida Roberto Simonsen, local em que instalaram barracas, banheiros químicos, praça de alimentação e caixas de som, sem nenhuma interferência das autoridades para que a situação seja revertida.