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Empresa de Boituva teve conta bloqueada por suspeita de financiar atos golpistas

Segundo as investigações do ministro Alexandre Moraes, empresários estão por trás do fornecimento de infraestrutura completa para os atos antidemocráticos, como refeições, banheiros e barracas, além de forneceram caminhões para os bloqueios

Fábio Jammal Makhoul (Porque)

Desde o início dos atos em favor de um golpe de Estado, Sorocaba tem se destacado com grandes manifestações ilegais; primeiro na rodovia Raposo Tavares, depois em frente ao prédio do Exército em Santa Rosália. Foto: Reprodução/TV Tem

É de Boituva uma das empresas que tiveram as contas bloqueadas, na semana passada, por suspeita de financiar os atos antidemocráticos contra o resultado das eleições. Trata-se da Comando Diesel Transporte e Logística, empresa que atua com o transporte rodoviário de carga, intermunicipal, interestadual e internacional.

No último dia 12, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou bloquear contas bancárias de 43 pessoas e empresas suspeitas de envolvimento com os atos antidemocráticos que assolam o país desde a vitória de Lula (PT) no segundo turno das eleições, em 30 de outubro. Segundo a decisão do ministro, a Polícia Federal terá até esta terça, 22, para tomar o depoimento dos suspeitos e indicar as diligências que entender necessárias.

A investigação do ministro está sob sigilo. O PORQUE entrou em contato com a Comando Diesel nesta segunda, 21, na hora do almoço e no meio da tarde. Nas duas ocasiões, os atendentes não encontraram nenhum diretor que pudesse comentar as suspeitas sobre o financiamento dos atos golpistas. Ouvida pelo G1, a direção da empresa disse que “não se posicionará sobre o assunto”.

O site da empresa está fora do ar, mas, no Linkedin, a Comando Diesel se apresenta como “uma empresa brasileira especializada em transporte e logística”, de norte a sul do Brasil, que “garante agilidade na entrega e suporte técnico para” o melhor custo-benefício.

Sorocaba no centro da polêmica

Desde o início dos atos em favor de um golpe de Estado, Sorocaba tem se destacado com grandes manifestações ilegais; primeiro na rodovia Raposo Tavares, depois em frente ao prédio do Exército em Santa Rosália. Nos atos, que ocorrem em todo país, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), inconformados com sua derrota, cobram das Forças Armadas que promovam um golpe para impedir a posse do presidente eleito.

Na decisão, Moraes classificou o movimento como “claramente abusivo” e disse que informações prestadas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) deram conta de que empresários estariam financiando os atos antidemocráticos, com o fornecimento de infraestrutura completa (refeições, banheiros, barracas etc) para a manutenção do abuso do direito de reunião. Moraes também aponta que os suspeitos forneceram diversos caminhões para o reforço da manifestação.

“O potencial danoso das manifestações ilícitas fica absolutamente potencializado considerada a condição financeira dos empresários apontados como envolvidos nos fatos, eis que possuem vultosas quantias de dinheiro, enquanto pessoas naturais, e comandam empresas de grande porte, que contam com milhares de empregados, sujeitos às políticas de trabalho por elas implementadas”, escreveu o ministro.

Moraes também afirma que o comportamento inautêntico e coordenado de caminhões para Brasília “para ilícita reunião nos arredores do quartel-general do Exército, com fins de rompimento da ordem constitucional, inclusive com pedidos de intervenção federal, mediante interpretação absurda do artigo 142 da Constituição Federal pode configurar crime de Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito”.

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