Economista falou sobre o risco de falência da empresa, que representaria um calote de R$ 47 bi para empresas diversas, além de desemprego. Foto: Jônatas Rosa/SMetal
A dívida de R$ 47,9 bilhões da empresa Americanas equivale a dez vezes o valor total do orçamento do município de Sorocaba para o ano de 2023, que corresponde a R$ 4,57 bilhões. O apontamento é do economista Fernando Lima, técnico responsável pela subsede do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) Metalúrgicos de Sorocaba, que participou da edição desta quinta-feira (2) do Porque Sem Filtro.
“O orçamento de Sorocaba, que é tudo aquilo que o município arrecada e está projetando para o ano de 2023, é mais ou menos 4,5 bilhões de reais. A dívida da Americanas, que foi para recuperação judicial, é dez vezes o orçamento do município de Sorocaba. Dez vezes tudo que Sorocaba vai ter à disposição para gastar é quanto a Americanas tem de dívida”, destacou durante entrevista ao webjornal.
Mais de 44 mil trabalhadores devem ser demitidos caso a empresa feche as portas, segundo o economista. “Se a Americanas não sobreviver e falir, nós estamos falando de 47 bi que vão deixar de ser pagos para bancos, para metalúrgicas, para empresas alimentícias. Nós podemos ter, sim, um efeito em cadeia no mercado de trabalho. Claro que esse efeito não é tão estratosférico, mas 44 mil postos de trabalho fechados é muita coisa”, afirmou. Apenas na região de Sorocaba, a Americanas possui mais de nove unidades físicas, com funcionários.
Durante a transmissão, Fernando também comparou o valor da dívida à produção da Toyota, fabricante automotivo japonês com unidade em Sorocaba. De acordo com o economista, com o mesmo valor daria para comprar 470 mil carros que custam R$ 100 mil. “A Toyota, em Sorocaba, não fabrica 470 mil carros. Isso é mais ou menos dois anos de produção”, ressaltou.
Além de comentar sobre o caso da Americanas, durante a entrevista ao vivo ao Porque Sem Filtro, Fernando falou sobre previsões econômicas para 2023 no Brasil em relação à inflação dos alimentos, empregabilidade e declaração do Imposto de Renda (IR), que começa no próximo mês.
Confira a íntegra da entrevista (a partir de 7min16s):
