Em Sorocaba, a Central Única de Favelas (Cufa) cadastrou 1800 mulheres, mães, que moram em favelas para distribuir quatro vale-gás para cada uma. O cadastro ocorreu entre junho e julho. No total do Estado de São Paulo, foram 28 mil as mulheres cadastradas.
A primeira ação ocorreu no início deste mês na comunidade Canta Sapo, no Jardim Nova Esperança, na zona norte. De acordo com a presidente da Cufa Sorocaba, Drika Martim, essas mulheres receberão o vale-gás a cada 50 dias, até totalizar quatro botijões.
Entre outras favelas atendidas estão Novo Mundo, Jardim Tatiana, Magnólia. “A maioria é da zona norte, área mais periférica e com mais favelas da cidade”, ressalta.
Drika, que é assistente social, conta ainda que a ação conseguiu incluir pessoas acamadas e que estão fazendo tratamento oncológico.

Central Única de Favelas (Cufa) cadastrou mais de 1800 mulheres em Sorocaba para receber Vale-Gás. (Foto: Divulgação Cufa Sorocaba)
Situação agravada
Presença constante no cotidiano das favelas, Drika afirma que o Auxílio Brasil, que é de R$ 600, não tem chegado para muitos moradores. Entre os problemas, ela afirma, que está a burocracia e também a falta de informação. “Além disso, ainda ouço relatos de pessoas que procuram atendimento na rede municipal para fazer cadastro e não conseguem ser atendidas por falta de servidores”, conta.
Moradora da favela Santa Rosa, Adriana Silva, é mãe solo e diz que a situação já estava grave, sem ter como cozinhar devido ao gás de cozinha custar mais de R$ 100. De acordo com Drika, além de Adriana, muitas outras pessoas em situação de vulnerabilidade social passaram a cozinhar a lenha, o que aumentou o risco de acidentes nas residências.
“É uma medida de atenção às famílias, de diminuição de riscos e para levar mais dignidade para essas pessoas”, conclui Drika.