O vídeo acima foi desfocado propositalmente para não expor a criança e nem revelar a identidade dos pais
* Atualizada às 16h30 do dia 8 de julho
Um menino de um ano e três meses sofreu três acidentes dentro do CEI-23 (Centro de Educação Infantil), no Jardim dos Estados, em Sorocaba, esta semana. Segundo a mãe do aluno, responsáveis pela escola disseram a ela que o risco de incidentes tende a crescer devido à falta de funcionários. A unidade estaria funcionando, este mês, com apenas 50% do quadro de trabalhadores.
Na segunda-feira (3), a criança voltou para casa com um hematoma na testa. “Estava muito roxo e ninguém me comunicou [sobre o que ocorreu]”, conta a mãe, acrescentando que, na quarta-feira (5), ele estava brincando no parquinho e machucou o rosto em uma balança de metal. “Nesse caso a escola me comunicou por WhatsApp e me deu um encaminhamento médico.”
Na quinta-feira (6), “ao vir buscá-lo na escola eu me deparei com meu filho com o rosto todo inchado e mordido por uma criança. Ninguém me comunicou nada durante o dia, nem por telefone e nem por WhatsApp”, reclama a mãe.
Ainda de acordo com ela, o encaminhamento médico fornecido após a segunda ocorrência, na quarta-feira (5), era para averiguar se a batida da balança no rosto dele não tinha afetado os olhos.
A mãe da criança é promotora de vendas e o pai é auxiliar de topografia. Ambos cumprem jornada das 8h às 16h de segunda a sexta-feira. Ela também trabalha aos sábados, das 8h às 11h.
Questionamos a escola
A mãe do menino atendeu ao Portal Porque por volta das 16h30 de sexta-feira (7), em frente à CEI-23. Após ouvir os pais da criança, a reportagem tentou conversar com a direção da escola para obter uma justificativa sobre as ocorrências. A vigilância do CEI, no entanto, disse que o único que poderia falar era o diretor, que já tinha ido embora. Ainda assim, este espaço segue à disposição dos responsáveis pela unidade de ensino.
A mãe do menino contou que o portão da escola costuma fechar às 17h, mas que na sexta-feira (7) teria fechado mais cedo porque ela disse que iria denunciar o caso à imprensa.
Outra pessoa, que preferiu não se identificar, afirmou que a escola não estava adaptada para funcionar como creche, que estava acostumada a atender crianças maiores, mas foi forçada a atender bebês e crianças pequenas.
Redução do quadro
A mãe da criança ainda contou que “uma professora disse a todas as mães [inclusive a ela] que se a gente pudesse ficar com a criança na casa ajudaria muito, por conta do quadro reduzido, que não havia funcionários suficientes para cuidar de todos os alunos”.
Havia possibilidade de juntar as salas, aumentando o risco de imprevistos e incidentes. Segundo o relato da mãe, professoras disseram que o funcionalismo seria bem prestativo e que professores, auxiliares, cuidadoras, tomariam todo o cuidado possível com as crianças.
Depois da mordida que a criança levou na quinta-feira (6), trabalhadores da escola teriam dito que a questão era falta de estrutura, que a unidade não estava preparada para receber menores de dois anos de idade e que receberam ordens de fazer recesso de férias trabalhando com apenas metade do quadro funcional.
Por fim, a mãe disse que “o diretor do CEI correu atrás para conseguir mais professores para a escola, mesmo assim, faltam profissionais. A pedagoga, por exemplo, só trabalha de manhã”.