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Começa Campanha da Fraternidade 2023, propondo reflexão sobre realidade da fome

Em sua 60ª edição, iniciativa proposta pela CNBB também tem como objetivo celebrar o tempo da Quaresma com oração, jejum e caridade

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Brasil volta a aparecer no Mapa da Fome da ONU depois de uma década. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) lançou nesta Quarta-feira de Cinzas (22), data que dá início ao período de Quaresma, a Campanha da Fraternidade 2023 que, neste ano, traz como tema “Fraternidade e Fome”. O objetivo da ação é propor uma reflexão sobre a realidade da fome no país, além de arrecadar alimentos para famílias em situação de vulnerabilidade social.

Em sua 60ª edição, a Campanha da Fraternidade é uma iniciativa proposta pela CNBB como um meio de a igreja celebrar o tempo da Quaresma com oração, jejum e caridade, associadas à reflexão e ação sobre um tema específico. Deste modo, a Coleta Nacional da Solidariedade, gesto concreto da Campanha da Fraternidade, será realizada em todas as comunidades do Brasil, sempre no Domingo de Ramos. Neste ano, a ação está marcada para 2 de abril.

O lema bíblico, extraído de Mateus 14, 16, é: “Dai-lhe vós mesmo de comer!” Por isso, o  arcebispo metropolitano de Sorocaba, dom Julio Endi Akamine, pede para que as pessoas não olhem apenas para suas limitações e pratiquem a caridade. Em texto publicado no site da Arquidiocese de Sorocaba, dom Julio afirma: “O próprio Jesus nos diz que há mais alegria em dar do que em receber. Não esperemos ser ricos para dar.”

O arcebispo também define a realidade da fome no país como vergonhosa. “A fome é uma tragédia, mas principalmente uma vergonha, pois não é somente um problema ocasional, é um fenômeno social estrutural produzido e reproduzido no curso ordinário da sociedade.”

No Brasil, mais de 33 milhões de pessoas estão em situação de fome, de acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. O país voltou a aparecer no Mapa da Fome da ONU (Organização das Nações Unidas), depois de uma década.

Do total arrecadado pela Campanha da Fraternidade, as dioceses enviam 40% ao FNS (Fundo Nacional de Solidariedade), gerido pela CNBB, ação responsável pelo atendimento a projetos sociais em todo território brasileiro. A outra parte, 60%, permanece nas dioceses para atender projetos locais, pelos respectivos FDS (Fundos Diocesanos de Solidariedade).

Sobre a Campanha da Fraternidade

A Campanha da Fraternidade nasceu em 1964, por iniciativa de Dom Eugênio de Araújo Sales, em Nísia Floresta, Arquidiocese de Natal, Rio Grande do Norte, como expressão da caridade e da solidariedade em favor da dignidade da pessoa humana.

Assumida pelas Igrejas Particulares da Igreja no Brasil, a Campanha da Fraternidade se tornou expressão de comunhão, conversão e partilha. A ação tem hoje os objetivos permanentes de despertar, educar e renovar a consciência dos fiéis sobre fraternidade e solidariedade.

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