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Cinco mulheres e duas adolescentes são estupradas por líder religioso em Porto Feliz

Promessa era de que, cedendo aos atos libidinosos, vítimas iriam se desenvolver espiritualmente e que ocupariam cargos mais relevantes dentro da organização religiosa

Fabiana Blazeck Sorrilha (Portal Porque)

Delegado titular da Polícia Civil em Porto Feliz, Raony Brito Barbedo diz que o homem se aproveitava da simplicidade e do medo das mulheres. Foto: Fabiana Blazeck Sorrilha/Portal Porque

Pelo menos cinco mulheres e duas adolescentes foram estupradas por um líder religioso de 58 anos que dizia ser capaz de “abrir caminhos espirituais” para as vítimas. A mais nova tem apenas 12 anos. Já a segunda adolescente tinha 17 quando foi estuprada, enquanto a mais velha 38 anos.

As informações sobre o caso foram divulgadas em coletiva de imprensa pela Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (14). A promessa do guia espiritual, que se intitulava “pai de santo”, era de que, cedendo aos atos libidinosos praticados por ele, as vítimas iriam se desenvolver espiritualmente e que ocupariam cargos mais relevantes dentro da organização religiosa de que faziam parte.

O homem negou as acusações, mas não resistiu à prisão feita no início de maio, em sua propriedade rural, em Porto Feliz, distante 30 quilômetros de Sorocaba.

Para praticar os atos libidinosos, o autor dos crimes convencia as vítimas de que o “ritual” deveria ser mantido em sigilo, para que “desse certo” e para que as divindades não se “vingassem” da vítima.

De acordo com o delegado titular da Polícia Civil em Porto Feliz, Raony Brito Barbedo, o homem se aproveitava da simplicidade e do medo das mulheres para esse convencimento.

No início de abril, uma das mulheres tomou coragem para denunciar o líder religioso e procurou a polícia. A partir daí a Polícia Civil de Porto Feliz, em conjunto com a Delegacia Seccional de Sorocaba, passou a investigar a conduta do homem.

Com novas denúncias surgindo e o levantamento da conduta semelhante narrada pelas vítimas, a polícia pediu à Justiça a prisão temporária do suspeito. Depois em 2 de junho, a prisão foi convertida em preventiva e, até a presente data, permanece válida. O autor dos estupros está na Penitenciária de Iaras, local específico para quem pratica crimes sexuais.

O delegado Seccional de Sorocaba, José Humberto Urban Filho, acredita que outras vítimas possam surgir com o caso sendo amplamente divulgado pela imprensa. O seccional orienta outras possíveis vítimas a procurarem a polícia para denunciar o crime.

De acordo Raony Barbedo, os estupros aconteceram do fim do ano passado para cá, mas o autor já atuava como líder espiritual há cerca de 30 anos.

Os atos libidinosos ocorriam em lugar reservado, longe da visão de outras pessoas que frequentavam o espaço religioso, bem como de moradores daquela região. Por isso, as pessoas não desconfiavam de nada. O suspeito é casado e tem filha maior de idade que, segundo a polícia, também não sabia de nada do que era praticado por ele.

O homem está sendo indiciado pelo Ministério Público pelo estupro das sete vítimas. Ainda não há como definir a pena que será aplicada pelos crimes cometidos, visto que há o agravante de incluir menores de idade e de que outras vítimas ainda podem surgir.

Somente a pena por estupro de vulnerável (pessoa menor de 12 anos), por exemplo, varia entre oito e 15 anos de reclusão.

Delegado Seccional de Sorocaba, José Humberto Urban Filho (à direita) orienta outras possíveis vítimas a procurarem a polícia para denunciar o crime. Foto: Fabiana Blazeck Sorrilha/Portal Porque

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