
Bola autografada veio parar em Sorocaba na bagagem de um dos participantes dos ataques às sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro. Foto: Flickr/Câmara dos Deputados
O sorocabano que furtou a bola autografada pelo atacante Neymar da Câmara dos Deputados durante os atos golpistas de 8 de janeiro foi preso em Sorocaba na manhã desta sexta-feira (17).
A ação da Polícia Federal que deteve o morador da Vila Jardini, cujo nome não foi divulgado, é a oitava da operação Lesa Pátria. Além do sorocabano, também foram detidos a mulher flagrada pichando a estátua da Justiça em frente ao prédio do STF (Supremo Tribunal Federal) e o invasor do STF que sentou na cadeira do ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre atos antidemocráticos.
O homem que furtou a bola ficou com o item por 20 dias, quando resolveu entrar em contato com as autoridades policiais, para informar que estava com o objeto. Ele chegou a ser ouvido pela Polícia Federal no dia 28 de janeiro. A PF apreendeu a bola, mas soltou o golpista (leia aqui).
Na época, ele teria contado à polícia que encontrou a bola no chão e a pegou com o objetivo de devolvê-la. No entanto, por conta do confronto no dia e dificuldade de acessar os policiais, acabou ficando com ela e levando-a para a sua casa.
A bola furtada pelo sorocabano havia sido presenteada ao ex-presidente da Câmara dos Deputados pelo Santos Futebol Clube em 2012, na comemoração ao centenário do clube.
Operação Lesa Pátria
Ao todo, são cumpridos 32 mandados de prisão e 46 de busca e apreensão nos estados de Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Rondônia e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.
A PF nesta fase mira invasores e depredadores dos prédios dos três Poderes e organizadores de caravanas que foram para Brasília depredar os prédios públicos.
Nesta quinta (16), Moraes finalizou a análise de todos os pedidos de liberdade provisória feitos pelas defesas das pessoas presas por envolvimento nos ataques.
O ministro concedeu liberdade provisória para outros 129 denunciados, que poderão responder em liberdade mediante medidas cautelares, como tornozeleira eletrônica. Foram negadas liberdades provisórias a 294 pessoas.
Segundo o tribunal, permanecem presos os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) contra os quais há suspeita de efetivamente terem depredado as sedes dos três Poderes, além dos que viraram alvo da Polícia Federal como possíveis envolvidos no financiamento dos ataques.
Após aos ataques, a PF abriu quatro frentes de investigação. Uma delas mira os possíveis autores intelectuais, e é essa frente que pode alcançar Bolsonaro. Outra tem como objetivo mapear os financiadores e responsáveis pela logística do acampamento e transporte de bolsonaristas para Brasília.
O terceiro foco da investigação da PF são os vândalos. Os investigadores querem identificar e individualizar a conduta de cada um dos envolvidos na depredação dos prédios históricos da capital federal.
A quarta linha de apuração avança sobre autoridades omissas durante o 8 de janeiro e que facilitaram a atuação dos golpistas.
Essas investigações deram origem as oito fases ostensivas da Lesa Pátria até o momento. Em 20 de janeiro, a PF deflagrou a primeira fase da operação Lesa Pátria e cumpriu oito mandados de prisão. Um dos alvos, Raif Gibran Filho, foi abordado em sua residência, mas pulou do segundo andar pela janela e fugiu.
Três dias depois, na segunda fase da ação, foi preso um golpista identificado por quebrar o relógio de dom João no Palácio do Planalto.
No dia 27 de janeiro, outros 11 mandados de prisão foram cumpridos na terceira fase da operação. Em Santa Catarina, foi presa Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, 67, conhecida nas redes como Fátima de Tubarão.
Na quarta fase, em 3 de fevereiro, um dos três alvos de mandado de prisão foi Lucimário Benedito Camargo, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Rio Verde (GO), conhecido como Mário Furacão e que gravou um vídeo durante a invasão do Palácio do Planalto.
Dias depois, em 7 de fevereiro, a operação alcançou possíveis autoridades omissas e prendeu quatro policiais militares do Distrito Federal. Entre eles, o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, então chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do DF.
Já em 14 de fevereiro, foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em Goiás, Minas Gerais, Paraná, Sergipe e São Paulo.
(Com informações da Folhapress)