A discussão entre os grupos #FicaSandro e #VaiSandro, sobre o futuro do elefante que reside há 40 anos no zoológico de Sorocaba, teve mais um capítulo na noite desta segunda-feira, dia 4, em uma audiência pública realizada na Câmara Municipal de Sorocaba. Após denúncia feita pelos membros do Conselho Municipal de Desenvolvimento do Meio Ambiente (Comdema) e Conselho de Proteção e Bem-estar Animal, que alegam terem sido excluídos de uma comissão formada pela Prefeitura para discutir o impasse, representantes de ambos os lados da discussão foram convidados e ouvidos na audiência.
Durante a audiência, representantes do Governo Manga reiteraram que o município irá fazer de tudo para manter Sandro em Sorocaba e disseram contar com a iniciativa privada para conseguir angariar as melhorias propostas no recinto do elefante e no zoológico em geral.
O encontro na Câmara serviu para que os manifestantes e ativistas contrários e favoráveis à transferência de Sandro se posicionassem, explanassem seu ponto de vista e sanassem dúvidas. (Foto: Câmara de Sorocaba)
Representantes do Ministério Público foram convidados para a audiência, mas não compareceram. Por enquanto, segue valendo a Ação Civil Pública do MP, que determinou a transferência imediata do elefante para o Santuário de Elefantes do Brasil, no Mato Grosso.
O encontro na Câmara serviu para que os manifestantes e ativistas contrários e favoráveis à transferência de Sandro se posicionassem, explanassem seu ponto de vista e sanassem dúvidas. Dessa vez, como solicitado pelo Conselho de Proteção e Bem-estar Animal, houve a participação dos técnicos do santuário, que esclareceram alguns pontos, como o transporte e o recinto que deverá acolher o elefante.
Entre os pontos esclarecidos pelos técnicos do santuário destacam-se o modo do transporte, que não ocorrerá por meio de sedativos ou acorrentamento do animal; bem como a explicação do recinto que abrigará o elefante e está em fase de conclusão, devendo ser expandido a médio prazo.
Além dos técnicos do santuário, participaram também vereadores e representantes da Prefeitura, políticos e diferentes órgãos e instituições como conselhos, ONGs, universidades, servidores da públicos, professores e técnicos de áreas ambientais e dos direitos dos animais.
ESCLARECIMENTOS
A galeria da Câmara estava tomada, majoritariamente, por manifestantes favoráveis à permanência do elefante no zoológico de Sorocaba; posição defendida também pelo prefeito Rodrigo Manga. Entre uma fala e outra, muitos reclamaram das manifestações de ambos os lados, que impediam que os depoentes concluíssem o raciocínio e as falas.
Entre as principais defesas apresentadas pelos ativistas do #FicaSandro está a relação do elefante com o zoo em que ele vive há 40 anos, a relação com os tratadores e trabalhadores do local e, principalmente, o fato de se tratar de um elefante idoso que poderia apresentar problemas no transporte para o Mato Grosso. Os ativistas também questionaram a adaptação do elefante a um espaço diferente do que está acostumado, considerando que ele é tratado no zoo e pode não conseguir sobreviver com autonomia no santuário.
Em resposta, os ativistas favoráveis à transferência de Sandro para o santuário defenderam que o local para onde o MP recomenda a ida de Sandro é o ideal para um elefante asiático e que lá ele poderá ter um fim de vida mais digno, com liberdade e autonomia necessárias aos animais silvestres.
O técnico do santuário reiterou que o recinto preparado para receber Sandro tem 40 mil metros quadrados e deve ser ampliado para 500 mil a 600 mil metros quadrados. O elefante, segundo ele, contará com vídeo-monitoramento 24h e terá autonomia pois, embora se trate de um cativeiro, o animal poderá viver livremente, evitando artrose e outros problemas nas patas, maior causa de óbitos em elefantes.
A íntegra da audiência está disponível nas redes sociais da Câmara.
