Entidades e pessoas ligadas à causa da proteção animal iniciaram uma mobilização pela internet para assegurar que os animais doentes, dentre os cerca de 70 resgatados na quinta-feira, 2, em uma residência da rua Chile e outros imóveis do bairro Barcelona, em Sorocaba, não sejam sacrificados.
Segundo se apurou, a maior parte dos cães estava em condições precárias e foi resgatada pela Secretaria do Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal (Sema) da Prefeitura, após comunicação da Sociedade Protetora dos Animais de Sorocaba (Spaso), que, por sua vez, foi acionada por vizinhos da residência.

Todos os resgatados foram levados para o setor de Bem-Estar Animal da Sema e passaram por coleta de sangue. (foto: reprodução Facebook)
O caso, típico de acumuladores de animais, tem como pano de fundo uma história triste: os cães eram mantidos por um casal, mas a mulher faleceu meses atrás. Os animais ficaram então sob os cuidados do marido, que teria sido internado devido a um enfarte, deixando-os sem condições mínimas de sobrevivência no imóvel.
Outros animais foram resgatados em condições semelhantes, em outros endereços da Barcelona, e uma parte, inclusive, teria escapado para a rua, por descuido de familiares dos tutores. Todos os resgatados foram levados para o setor de Bem-Estar Animal da Sema e passaram por coleta de sangue.
Existe suspeita de que alguns animais possam estar com leishmaniose canina, infecção parasitária transmitida por picada de mosquito, que afeta de forma severa os órgãos internos, podendo levar à morte caso não seja tratada. Até alguns anos atrás, a leishmaniose não tinha cura e os cães doentes eram sacrificados, mas hoje existe tratamento eficaz.
A ativista Jussara Fernandes, presidente do Grupo de Amparo ao Melhor Amigo do Homem (Gamah), publicou um vídeo em suas redes sociais na sexta-feira, 3, alertando sobre o risco de os cães com leishmaniose serem mortos. Conforme Jussara, se for constatada a leishmaniose, os cães doentes serão transferidos para o setor de Zoonoses.
“A Zoonoses dispõe de um respaldo legal para fazer a eutanásia desses animais. Eu não estou dizendo que eles irão fazer. Estou dizendo que eles têm respaldo para a realização dessas eutanásias”, declarou a ativista. A declaração provocou diversas manifestações contrárias a uma eventual decisão da Sema nesse sentido.
Jussara observou que a maior parte dos cães é de porte pequeno e pode ser adotada, começando assim uma vida nova em um novo lar. Ela propôs a criação de uma lista de pretendentes à adoção, para ser entregue ao setor de Bem-Estar Animal tão logo os cães sejam liberados.
Quem quiser se habilitar, pode entrar em contato com Jussara por meio de suas redes sociais: https://shre.ink/Ubs (Facebook) ou https://shre.ink/UOY (Instagram).