
Ladrões pulam o muro e roubam objetos que podem ter algum valor. Em um único dia, PM foi acionada duas vezes, mas não conseguiu localizar invasores. Foto: Gabis Duarte
Um morador do bairro do Recreio Sorocabano, na zona norte de Sorocaba, usou sua rede social no dia 11, sexta-feira, para fazer uma denúncia sobre invasões criminosas das quais tem sido vítima durante toda a semana em sua propriedade. Oires Centurion Junior, o autor do desabafo, é conhecido por Junior dos Animais e faz parte de um projeto voluntário que cuida de 28 cachorros em sua chácara.
De acordo com a vítima, as invasões e furtos tiveram início no terreno abandonado ao lado de sua chácara há mais ou menos um mês. Mas, desde a última segunda-feira (7), passaram a entrar também em sua residência. Ele notou que alguns itens do galpão em que ficam objetos obtidos por doações, sumiram. Desde então, Junior passou a acionar a Polícia Militar pelo 190.
“Na quarta-feira (9), a PM veio aqui por duas vezes. Eu ouvi barulho e vi gente lá no fundo e chamei. À noite a mesma coisa, eu chamei de novo e eles vieram” conta Junior. Ele diz ainda que a polícia tem realizado rondas diariamente em sua rua; no entanto, se sente desprotegido em sua própria casa. “Me sinto seguro ali fora, do portão para dentro não!”
Os materiais visados pelos bandidos são fruto de doações cedidas à sua companheira Monica, de quem é viúvo desde 2021 e com quem idealizou o projeto de cuidados a cães abandonados. “Em 1999, a Monica começou a resgatar animais e ficou muito conhecida por isso, então recebia objetos obsoletos para vender em bazar e arrecadar dinheiro para ração.”
Após a morte de sua companheira, em 2021, Junior, hoje com 64 anos, mora sozinho e cuida da chácara e dos animais com auxílio de ongs e parceiros. A chácara fica na rua Professor Antônio Firmino de Proença, onde há várias casas do mesmo padrão, algumas abandonadas e outras usadas para recreação, o que dificulta que os demais proprietários saibam o que ocorre.
O terreno da chácara em que Junior vive tem cerca de cinco mil m², muitas plantas e pouca ou nenhuma iluminação nos fundos, dificultando a visibilidade do lugar durante a noite. Condições estas que facilitam a entrada de ladrões e o deixam inseguro. “A polícia vem aqui, mas não consegue enxergar eles. Eles são espertos, sobem nas árvores”.
Ainda de acordo com as informações colhidas, o acesso se dá por meio de uma árvore no terreno abandonado ao lado de sua casa. “Essa árvore no terreno ao lado é por onde eles sobem e pulam para a minha casa, dai de noite eu não consigo ver onde eles estão, mas posso ouvir o barulho deles, e fora que os cachorros latem muito”, afirma Júnior.
Em uma das invasões, Junior perseguiu dois invasores por cerca de 10 metros. Vizinhos também foram junto e gravaram um vídeo compartilhado na internet. A foto de dois suspeitos de terem invadido também foi veiculada. “A polícia chegou e nada foi feito com a afirmação de que apenas em caso de flagrante de delito seria possível prendê-los”, comenta Júnior.
Para solucionar o problema, a vítima das invasões acredita que o poder “público deva agir de maneira constante no sentido de garantir a segurança do local”. Que os ferros-velhos devam ter uma fiscalização (“eles roubam aqui e vendem lá”) e que as “cracolândias”, como ele se refere aos pontos de vendas de drogas, devam ser eliminadas.
“A polícia tem feito o trabalho deles, mas enquanto não prendem os bandidos, que a gente tem foto, tem vídeo mostrando a ação deles. Isso não vai parar.”
O Portal Porque foi em busca de mais denúncias e encontrou Renato (como preferiu se identificar), caseiro de uma residência na mesma rua. Ele afirmou que há cinco meses houve um roubo na casa de frente com a sua, na altura do n° 340.