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Ataques de bolsonaristas a recinto com urnas fazem sindicato fechar em Itapeva

Fábio Jammal Makhoul (Portal Porque)

Bolsonaristas de Itapeva, na região de Sorocaba, estão promovendo uma série de ataques ao cartório eleitoral da cidade, com ofensas aos funcionários e até um atentado com explosivos. Motivo: o cartório alugou uma sala para realizar o procedimento de carga e lacração das urnas eletrônicas e esta sala fica dentro de um sindicato de trabalhadores.

O auge dos ataques ocorreu nesta quarta, dia 28, quando um explosivo foi lançado no espaço alugado pela Justiça Eleitoral dentro do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil. Não houve feridos nem danos às urnas, mas o sindicato permaneceu fechado durante todo o dia, cercado pela polícia.

Antes do atentado com o artefato explosivo, o espaço onde estão armazenadas as urnas no sindicato já havia sido invadido na segunda, 26, por uma eleitora do Bolsonaro. Com o celular na mão, gravando tudo, a bolsonarista hostilizou e ofendeu os funcionários terceirizados do cartório.

“Se o Bolsonaro não ganhar aqui em Itapeva no primeiro turno, vocês estão ferrados, o bicho vai pegar”, dizia a bolsonarista, questionando para quem os funcionários do cartório trabalhavam e de onde eram.

Para piorar a situação, o vídeo viralizou entre os apoiadores do presidente, como a deputada federal Carla Zambelli (PL), que chegou a gravar um vídeo exigindo explicações da Justiça Eleitoral sobre o local alugado para armazenar as urnas.

Explicação do TRE-SP

Em nota, o Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo (TRE-SP) informa que desde 2014 o Cartório Eleitoral de Itapeva realiza o procedimento de carga e lacração das urnas eletrônicas no sindicato. O TRE explica que o cartório é pequeno, não tem espaço físico para armazenar as urnas eletrônicas, e destaca que o sindicato fica ao lado do cartório.

“Os funcionários terceirizados que atuam no procedimento no local foram contratados por meio de licitação pública, de acordo com a legislação. Todos os contratos do TRE-SP estão disponíveis para consulta em: tre-sp.jus.br/transparencia-e-prestacao-de-contas”, esclarece o TRE-SP.

Sobre o vídeo gravado pela eleitora de Bolsonaro que ofendeu os trabalhadores, o TRE-SP diz que “qualquer cidadão ou cidadão poderá levantar dúvidas ou reportar eventual irregularidade observada na cerimônia de preparação de urnas, mas isso precisa ser feito por escrito ao juízo eleitoral sem, no entanto, dirigir-se diretamente às técnicas, aos técnicos, às servidoras e aos servidores da Justiça Eleitoral, durante o exercício das suas atividades”.

O TRE destaca que, apesar de não ter obrigação nenhuma, “os servidores do Cartório Eleitoral de Itapeva prestaram todos os esclarecimentos aos responsáveis pela gravação do vídeo para demonstrar a lisura de todos os procedimentos”.

Também em nota, o Diretório Municipal do PT repudiou os ataques e esclareceu que “o Partido dos Trabalhadores de Itapeva não mantém nenhum laço com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil”. O PT também diz que os funcionários do sindicato são proibidos de entrar na sala alugada pelo TRE enquanto o espaço estiver sendo usado pela Justiça Eleitoral.

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