
Governo Manga quer construir nova rodoviária no km 106 da Rodovia Raposo Tavares, bem distante da área urbana da cidade. Foto: Imagem do projeto
A Associação Pró-Brasil 2050 (APB50) acusa a Prefeitura de Sorocaba de agir sem transparência com a licitação da nova rodoviária e quer a suspensão do processo para que o assunto seja melhor debatido com a sociedade. Em comunicado divulgado nesta sexta, 23, para a imprensa, a Associação, fundada e presidida pelo ex-prefeito Antônio Carlos Pannunzio, faz uma série de críticas contra a forma como o Governo Manga vem conduzindo o processo de instalação da nova rodoviária.
Na última terça, 20, a Prefeitura lançou a licitação para contratar a empresa que será responsável pelo projeto executivo de construção da nova rodoviária, mesmo sem resolver a polêmica sobre o local do futuro empreendimento.
“As tratativas para a definição do local para a instalação da ‘Nova Rodoviária’ têm sido tomadas sem a transparência esperada, por parte da municipalidade, e sem garantir a participação popular, uma vez que impera a ausência de informações sobre o objeto em questão”, diz a Associação, logo no início do comunicado.
A carta lembra que a primeira audiência pública sobre o tema ocorreu no dia 7 de outubro do ano passado, quando a Prefeitura apresentou apenas um projeto arquitetônico e a intenção de instalar a nova rodoviária no Jardim Santa Rosália, próximo à saída para Castelinho.
“Diante da falta de informações sobre estudos técnicos para a instalação da rodoviária naquele local, a APB50 havia solicitado uma nova audiência pública à Prefeitura de Sorocaba para que o projeto fosse esmiuçado. A nova audiência aconteceu no dia 13 de abril sem que nem Urbes, nem Semob (Secretaria de Mobilidade) apresentassem informações, pesquisas e o projeto esmiuçando os planos para essa obra”, relata a associação.
A ong presidida por Pannunzio elenca na carta quatro motivos para que a licitação seja suspensa. Para começar, diz a Associação, “o local escolhido para a construção da nova rodoviária, no km 106 da Rodovia Raposo Tavares, é demasiadamente deslocado do eixo social e não tem capacidade viária para receber o volume de circulação de ônibus e veículos que toda rodoviária de uma região metropolitana, como é o caso, tem a receber.”
A Associação também aponta a falta de vias de escoamento e diz que a rodoviária deveria ser intermodal, como é a real necessidade da Região Metropolitana de Sorocaba, na avaliação da ong.
“Para a APB50, uma rodoviária conforme o que está sendo proposto pela Semob e Urbes, torna-se sem sentido e totalmente díspar do verdadeiro planejamento urbano e de mobilidade que se espera para Sorocaba, além de que a ausência de estrutura física para tanto encarecerá a obra, criando um aparelho custoso ao bolso do contribuinte sorocabano e de baixíssima efetividade”, diz a entidade presidida por Pannunzio, que ainda ressalta: “Fica claro que não está sendo pensado que uma obra como essa, de alto custo, atenda a comunidade minimamente ao longo dos próximos 30 anos, como deve ser pensada a mobilidade urbana, mas sim, vemos a proposta como algo claramente imediatista e sem planejamento.”
Por fim, a Associação defende que a nova rodoviária fosse construída em área próxima da Castelinho ou em algum dos grandes “vazios urbanos” existentes dentro de Sorocaba, alegando que nesses locais “há saídas e entradas para os ônibus já prontas, sem precisar de muitas obras de adequação para que o projeto aconteça”.
A APB50 conclui o manifesto reafirmando sua posição contra a continuidade da licitação e pede mais clareza no processo, “reforçando a necessidade de realização de novas audiências para que o projeto seja apresentado de forma clara, efetiva e inclusiva a toda a população sorocabana”.
De acordo com o edital de licitação publicado esta semana, as eventuais propostas enviadas pelas empresas serão abertas dentro de vinte dias, em 13 de outubro. O prazo previsto para conclusão do projeto executivo é de até 150 dias corridos, a partir da assinatura do contrato com a empresa vencedora da licitação.