O município de Sorocaba ainda não possui um espaço inteiramente dedicado a artistas independentes, que possa dar visibilidade ao trabalho local. É o que afirmam a cantora Danielle Domingos e o multi-instrumentista Evandro Marcolino, convidados da edição desta segunda-feira (13) do Porque Sem Filtro, o webjornal do Portal Porque.
Também compositora e professora de música, Danielle destacou, durante a entrevista, que Sorocaba possui “um público muito definido” que costuma frequentar bares, espaços em que a apresentação ao vivo de artistas locais não é a atração principal, mas um “efeito colateral” para as pessoas que estão presentes. “Eu acho difícil encontrar aquele público que sejam aquelas pessoas que saem de casa para ouvir um artista novo, para ouvir composições autorais. Eu sinto um pouco essa dificuldade em Sorocaba”, disse.
O mesmo é defendido por Evandro: “Não tem uma casa de música [em Sorocaba] onde eu possa tal dia ir ouvir tal tipo de som. Uma casa feita para a música, que possa ter comida, que possa ter bebida, mas é o show, é a música. Então isso, aqui, não tem. Isso é uma pena, Sorocaba do tamanho que é, não tem alguém que tenha essa visão e essa busca. Talvez já tentaram, mas, até agora, não existe”, afirmou.
Dedicados aos gêneros musicais MPB e jazz, Danielle e Evandro já trabalharam juntos em lançamentos como o álbum “Faceiro”, dedicado à obra do compositor brasileíro Ary Barroso. Além desta produção, de 2021, Danielle conta com uma discografia formada por mais dois trabalhos em parceria: “Aracê” (2019), de Fábio Leal, e “Rios em Janeiro” (2021), com Jacque Falcheti.
Recentemente, a artista também lançou dois singles: “Natural” e “Despedida”. Já Evandro gravou trabalhos com o grupo de choro Conversa a Três, Duo Urubatã e Vintena Brasileira, além de já ter tocado com nomes como Hermeto Pascoal, Hamilton de Holanda e Mônica Salmaso.
Durante a entrevista ao Porque Sem Filtro, além de destacarem os desafios e as oportunidades para o segmento em Sorocaba, os artistas também resgataram as próprias trajetórias musicais, comentaram a experiência da gravação de “Faceiro” e, ainda, refletiram sobre os caminhos para viabilizarem o próprio trabalho, incluindo políticas públicas de incentivo à cultura.
Confira a íntegra do bate-papo (a partir de 4min24s):