
Unidade de saúde apresentava atendimento normal depois de mais um impasse: reclamações continuam. Foto: Divulgação/Prefeitura de Sorocaba
O atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Éden, bairro da zona industrial de Sorocaba, foi normalizado neste sábado (1º). Todos os casos são atendidos, não há tumulto e nem longas esperas. Cenário diferente da noite desta sexta-feira (30), quando os profissionais haviam deflagrado uma operação tartaruga, pois parte deles ainda não havia recebido os salários.
Segundo uma funcionária da unidade que terá a identidade preservada, mesmo com o atendimento normalizado, alguns médicos ainda reclamavam que não haviam recebido os pagamentos que deveriam ter sido efetuados na sexta-feira (30), durante o dia.
De acordo com outra funcionária, que igualmente não será identificada, “muitos profissionais de saúde estão revoltados com a falta de pontualidade nos pagamentos por parte da empresa terceirizada que é gestora da unidade”, o INCS (Instituto Nacional de Ciências da Saúde).
Insegurança
“Um ou dois dias de atraso pode parecer pouco, mas o problema é a insegurança sobre quando e se vão receber salários e outros direitos”, diz um funcionário. Ele ressaltou que o pessoal da higienização (limpeza) também tem enfrentado atrasos no pagamento. Já o da enfermagem recebe os vencimentos em dia, mas as vezes demoram para receber vale-alimentação e vale-transporte.
Reclamações
Ao tomar conhecimento da operação tartaruga na UPA do Éden na noite desta sexta-feira (30), o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) foi à unidade acompanhado do secretário municipal de Saúde, Cláudio Pompeu.
Nos corredores, ele encontrou um médico que disse ter recebido seu salário, mas resolveu aderir ao protesto em solidariedade aos colegas. O prefeito, então, intimou: “Mas se o senhor recebeu por que não está atendendo?”
Depois, em reunião com outros médicos, ainda nos corredores da UPA, Manga ouviu uma série de reclamações sobre os constantes atrasos. Uma profissional chegou a dizer que os salários atrasam todos os meses.
Vídeo editado
Já no fim da noite de sexta, o prefeito editou o vídeo, cortou a parte das reclamações dos profissionais e manteve apenas o diálogo ríspido com o médico que aderiu à manifestação mesmo tendo recebido o salário. No fim, Manga aparece como a pessoa que “solucionou” o problema e “normalizou” o atendimento.
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