Fato teria ocorrido em 21 de junho, durante a final da modalidade vôlei masculino do Torneio Interbixos, e foi registrado na súmula da partida. Foto: Divulgação
A promotoria de Justiça de Sorocaba, por meio do promotor Carlos Alberto Scaranci Fernandes, solicitou a abertura de inquérito policial para investigar o possível crime de racismo praticado por estudantes universitários do curso de engenharia de produção da UFSCar Sorocaba.
Conforme o deferimento da denúncia protocolada no dia 3 deste mês, pelo estudante de direito Jorge Henrique Sant´Ana, da Unegro (União dos Negros e Negras) de Sorocaba, o crime seria resultante de preconceito de raça e/ou cor.
“Pedi também para apurar se houve omissão das partes envolvidas em tomar as devidas providências”, afirma Sant´Anna. De acordo com a assessoria da reitoria da UFSCar, a entidade está ciente do ocorrido e reitera o comprometimento com o combate ao racismo.
A manifestação racista ocorreu durante a final do jogo de vôlei masculino do Torneio Interbixos entre equipes do Caeps (Centro Acadêmico e Atlética de Engenharia de Produção) e da Ecad (Associação Atlética Acadêmica de Economia e Administração).
A denúncia foi feita por estudantes da Ecad aos representantes da Liga, que fizeram constar na súmula do jogo que que estudantes de engenharia de produção imitaram sons de macaco contra atletas do Ecad. O fato teria ocorrido em 21 de junho.
Houve uma reunião das entidades envolvidas com a Liga esportiva para debater o ocorrido. Os dois estudantes que teriam cometido o crime foram expulsos do Centro Acadêmico e o Movimento Antirracista e a Unegro se uniram para apresentar a denúncia ao Ministério Público (MP), por meio do estudante de direito Jorge Sant´Anna.
Devido às investigações, a festa Ressac Universitária, que estava programada para este sábado (15), promovida pelo Caeps, foi cancelada. Em nota, o Centro Acadêmico relata que “por conta do momento e das pautas envolvidas, entendemos que não estamos em momento de comemoração”.
O Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) repudiou o ato de racismo expressando total indignação. “O Sintufscar se solidariza com os atletas do Ecad e, mais uma vez, reforça o repúdio a todo e qualquer ato de discriminação, seja por raça, gênero, orientação sexual, religião, ideologia, origem étnica ou diversidade funcional.”
LEIA TAMBÉM:
>> Estudantes denunciam crime de racismo no campus da UFSCar Sorocaba durante jogo
