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Vereadora denuncia situação de escola municipal ao Ministério Público

Gastos milionários com brinquedos e uniformes também foram questionados na sessão da Câmara

Fábio Jammal Makhoul e Maíra Fernandes

A situação precária do prédio que abriga a Escola Municipal Professora Inês Rodrigues Cesarotti, no Jardim Bonsucesso, foi denunciada ao Ministério Público do Estado de São Paulo pela vereadora Iara Bernardi (PT), nessa terça-feira, dia 1º.

De acordo com a parlamentar, que visitou a unidade para conferir o estado do local que deve receber 1.300 a partir da próxima segunda-feira, 7, a situação da escola é extremamente preocupante e não há condições de receber os alunos. Iara disse que há, pelo menos, outras 60 escolas em situação de abandono.

A situação da escola é extremamente preocupante e não há condições de receber os alunos. (Assessoria Iara Bernardi)

“O que vi não foi uma escola preparada para receber alunos, mas sim um prédio com problemas gravíssimos que tornam as condições de trabalho e ensino insalubres e perigosas para os profissionais e, principalmente, para as crianças”, ressaltou Iara.

GASTOS EXORBITANTES

Durante a sessão da Câmara desta quinta, dia 3, a vereadora Iara Bernardi destacou que a Prefeitura gastou mais de R$ 211 milhões com compras e obras questionáveis da Secretaria Municipal da Educação, enquanto grande parte das escolas está em situação de abandono. Iara entregou um levantamento desses gastos para a imprensa, durante a sessão.

De acordo com o levantamento da vereadora, foram gastos R$ 62,7 milhões com a compra de brinquedos adaptados para parquinhos de 44 escolas municipais. “Eu vi esses brinquedos, são de plástico, com péssimo acabamento. Como pode gastar esse dinheiro todo com brinquedos, enquanto os prédios estão abandonados?”, questiona Iara.

A Prefeitura também gastou R$ 92,3 milhões com uniformes, tênis e mochilas para os alunos das escolas públicas. Só com os uniformes foram gastos R$ 55,1 milhões. Ao todo, a Prefeitura comprou 200 mil uniformes, embora a rede pública de Sorocaba tenha 47 mil alunos. Além dos uniformes e brinquedos, a Secretaria da Educação gastou R$ 26,3 milhões em equipamentos de robótica e R$ 30 milhões com o novo prédio da pasta.

Os problemas pontuados pela vereadora na escola não são poucos, e vão desde questões estruturais, falta de manutenção e até mesmo falta de reposição de materiais furtados ao longo do tempo. (Assessoria Iara Bernardi)

“Foram 211,3 milhões gastos com uniforme, material de robótica, brinquedos e com o novo prédio da Secretaria da Educação. Com esse dinheiro, dava para reformar as escolas e deixá-las em perfeito estado para receber os alunos. Hoje, o que eu vi nas escolas são lousas digitais modernas sendo molhadas pelas goteiras do prédio”, contou Iara.

Em resposta ao PORQUE a Secretaria de Educação afirmou que enviou uma equipe de manutenção nessa quarta-feira, 2, para realizar os reparos necessários e restabelecer a rede elétrica da escola denunciada por Iara. A Prefeitura informa l, ainda, que a unidade estará pronta para receber os alunos na próxima segunda-feira.

DENÚNCIA

Os problemas pontuados pela vereadora na escola não são poucos, e vão desde questões estruturais, falta de manutenção e até mesmo falta de reposição de materiais furtados ao longo do tempo.

Conforme as fotos repassadas à imprensa, a unidade apresenta salas de aula alagadas e com goteiras; corredores alagados e com goteiras; acúmulo de água no teto, que está prestes a cair; elevador para crianças com deficiência quebrado, parado e sem manutenção; diversas áreas em curto-circuito; lâmpadas queimadas em toda a escola; lousas digitais novas, encostadas nas paredes, que podem ser prejudicadas; falta de ventiladores, que foram furtados e não foram repostos; refeitório da educação infantil com paredes mofadas e com goteiras, totalmente insalubre; caixa d´água funcionando com “gambiarras” porque as bombas foram furtadas e não foram repostas; pátio interno dos brinquedos sem grades, que foram furtadas e não foram repostas; sala dos professores sem iluminação; sala de leitura sem iluminação, com as paredes mofadas e goteiras; pisos arrancados que não foram repostos; material de construção jogado no pátio; brinquedos não adequados para as crianças, cheios de rebarba, perigosos e sem nenhuma segurança.

Ainda em nota, a Secretaria da Educação informou que, quanto aos brinquedos inclusivos, a equipe técnica da empresa responsável pela instalação e montagem está vistoriando novamente o equipamento no local, para fazer todos os ajustes que, porventura, se façam necessários.

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