O vereador bolsonarista Claudião Oklahoma (PSL), de Tatuí, teve seu mandato cassado nesta terça, 12, após denúncias de racismo e misoginia. A sessão, iniciada na noite de segunda-feira, foi encerrada apenas na manhã desta terça, quando os parlamentares votaram, por unanimidade, favoráveis à cassação por quebra de decoro parlamentar.
A Câmara Municipal de Tatuí recebeu dez representações contra o agora ex-vereador, por uma mensagem vazada de um grupo de Whatsapp, de março de 2022, na qual Oklahoma se refere a uma mulher negra com expressões racistas como “chita”, “carvão queimado”, “neguinha”, além de outras ofensas à aparência da mulher, chamando-a de “vesga”, “dragão” e “diabo de feia”.
O vazamento de mensagens em que ofende uma mulher negra com xingamentos foi o motivo da abertura do processo de quebra de decoro parlamentar. (Foto: reprodução Facebook)
Em uma das partes da conversa printada, o ex-vereador afirma: “É muito feia para ficar na agência. Só tem mulheres novas e bonitas. Dragão desgraçada de feia.” Além de ofendida, a vítima também teria sido procurada em seu local de trabalho, e ameaçada pessoalmente pelo ex-vereador.
A publicação dos fatos mobilizou a comunidade tatuiense, que se solidarizou com a vítima e acompanhou todo o desenrolar da história. De acordo com informações do jornal O Progresso, de Tatuí, a sessão contou com lotação máxima da Câmara, e também com muitas pessoas acompanhando ao lado de fora, manifestando-se contra Oklahoma, até o encerramento da sessão, ou seja, por quase 12 horas.
QUEBRA DE DECORO
Das dez representações apresentadas à Câmara, apenas a que foi apresentada pelo Núcleo Feminista Rosas da Revolução, com o Coletivo Alvorada Antirracista, representados por Regiane Heloísa de Lima, teve prosseguimento.
De acordo com o documento, os atos praticados por Oklahoma configuravam crime e quebra de decoro gravíssima, partindo daí a solicitação de processo de cassação de mandato do agora ex- parlamentar.
