
O PORQUE entrevistou o presidente do diretório estadual do PT, Luiz Marinho, o candidato a deputado estadual por Sorocaba, Leandro Soares, e o recém-eleito deputado federal pelo partido Kiko Celeguim. Os três petistas estão otimistas com o segundo turno em Sorocaba
Apesar da vitória da extrema-direita em Sorocaba, a votação do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições deste ano triplicou na cidade e o resultado tem servido como motivação para a militância progressista ir atrás de mais votos neste segundo turno. No caso da eleição para presidente, o então candidato petista de 2018, Fernando Haddad, recebeu 45.263 votos em Sorocaba, que equivaliam a 12,52% do eleitorado. Já nas eleições deste ano, Lula (PT) teve 141.106 (35,65%), três vezes mais. O presidente Jair Bolsonaro teve praticamente a mesma quantidade de votos nas duas eleições, embora o percentual tenha caído mais de cinco pontos: 213.599 (59,07%) em 2018 e 213.183 (53,86%) agora.
Nas eleições para governador, a diferença de votos do PT em Sorocaba é maior ainda nas duas eleições: em 2018, com Luiz Marinho, o partido acabou a votação em quarto lugar em Sorocaba, com 31.147 (9,93%). Agora, com Haddad, foram 114.808 votos (31,86%), que lhe garantiram o segundo lugar na preferência dos eleitores sorocabanos.
O PORQUE entrevistou o presidente do diretório PT no Estado de São Paulo, Luiz Marinho, o recém-eleito deputado federal pelo partido Kiko Celeguim, e o candidato a deputado estadual por Sorocaba, Leandro Soares, o mais votado do partido na região, com quase 35 mil votos. Os três políticos petistas foram unânimes em mostrar otimismo com relação ao futuro resultado do segundo turno para o partido em Sorocaba.
Segundo Luiz Marinho, que disputou a eleição de governador em 2018, a região de Sorocaba terá um papel importante para o resultado do segundo turno das eleições. “Os militantes terão um papel fundamental; cada trabalhador, cada trabalhadora deve buscar votos para o Haddad e o Lula nos próximos dias. A estratégia para as eleições de governador é que o candidato Haddad intensifique sua presença na capital e na região metropolitana de São Paulo, onde ele ganhou as eleições no primeiro turno. A tarefa é ampliar os votos nessa região. Já em Sorocaba e no interior do Estado, teremos uma presença maior do [Geraldo] Alckmin [ex-governador e candidato a vice de Lula] e Márcio França [ex-governador e candidato derrotado ao Senado pelo PSB], além dos deputados eleitos e dos candidatos não eleitos, que estão se dividindo para percorrer todo o interior do Estado”, explicou.
Já Leandro Soares, que após as eleições reassumiu a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, avalia que sua votação de quase 35 mil votos, apesar de ser insuficiente para elegê-lo, mostra que os trabalhadores e a população mais carente querem mudança e querem alguém que os represente na política. “Foi minha primeira eleição, nunca havia sido candidato. Nas minhas andanças nesta campanha, por Sorocaba e região, percebi um forte sentimento de abandono da população, de falta de políticas públicas, de falta de esperança… A votação que Lula, Haddad e os candidatos a deputado pelo campo progressista tiveram em Sorocaba mostra que o povo quer mudança”, analisa Leandro, destacando que sua votação ajudou a ampliar a bancada petista na Assembleia Legislativa de 10 para 18 deputados estaduais.
Ex-prefeito de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, Kiko Celeguim foi eleito deputado federal pela primeira vez, aos 38 anos, com 167.438 votos, sendo o segundo mais votado do partido. “Cara nova do PT”, como dizia seu slogan de campanha, Kiko foi bem votado em Sorocaba e disse que, embora seja de Franco da Rocha, vai trabalhar pela região na Câmara dos Deputados. “O resultado das eleições foi muito bom para o campo progressista, Lula quase ganhou no primeiro turno, é um recado claro de que a maior parte da população votou pela mudança. Em São Paulo, o PT não ia para segundo turno das eleições de governador desde 2002”, destaca Kiko, que ressalta: “Agora no segundo turno, aqui no interior, é chamar a atenção da população para o que realmente importa, a geração de empregos, a política de aumento real do salário mínimo, as questões sociais… É isso que as pessoas querem e não o discurso de ódio e intolerância”, afirma.
O segundo turno das eleições será no dia 30 de outubro, daqui a duas semanas, portanto. O PORQUE já publicou um editorial no primeiro turno, manifestando apoio a Lula e os motivos pelos quais Bolsonaro não pode ser reeleito (leia o editorial aqui).