ONGs e coletivos em defesa dos animais fizeram protesto para tentar, em vão naquela oportunidade, impedir a aprovação da proposta. Foto: Jussara Fernandes/Acervo pessoal
A prefeita de Votorantim, Fabíola Alves da Silva Pedrico (PSDB), vetou totalmente o projeto de lei, apresentado pelo vereador Pastor Lilo (União Brasil), que instituía uma cavalgada no Calendário Oficial de Eventos do Município, na Semana de Emancipação, comemorada em dezembro.
Ao Portal Porque, a prefeitura justificou o veto dizendo que ele “deu-se a partir da necessidade de garantirmos a segurança a todos os participantes, animais e usuários da mobilidade, contemplando pedestres, veículos individuais e coletivos, e outros modais”.
“Outro fator é o princípio da economicidade”, afirmou a Secretaria de Comunicação de Votorantim, “uma vez que o objeto em questão pressupõe despesas as quais não estavam dentro do planejamento da administração municipal”.
O projeto da cavalgada havia sido aprovado, pela Câmara de Votorantim, em 14 de fevereiro, tendo sete votos favoráveis e dois contrários. Os contra foram Cesar Silva (Cidadania) e José Cláudio Pereira, o Zelão (PT). O Legislativo votorantinense conta com 11 vereadores, mas o presidente da Mesa Diretora, Thiago Schiming (PSDB), só vota em caso de necessidade de desempate.
O veto da prefeita foi anunciado na sessão legislativa desta terça-feira (14), um mês após a aprovação. Os vereadores ainda vão apreciar a decisão de Fabíola Alves, acatando ou derrubando o veto.
Em defesa dos animais
Presidente da ONG Gamah (Grupo de Amparo ao Melhor Amigo do Homem) e integrante do Coletivo Mulheres pelos Animais, Jussara Fernandes disse que o veto à realização de cavalgadas em Votorantim é um grande avanço e “demonstra ser uma tendência das administrações públicas passarem a respeitar os animais, como seres individuais e sencientes [capacidade de sentir, ter dor, emoções e sentimentos]”.
“Uma decisão como essa do Executivo [de Votorantim] é uma grande vitória. Até por conta da votação dos vereadores que aprovaram o projeto por 7 a 2. E dos dois votos contrários apenas um foi em defesa dos animais. O voto do vereador Zelão foi contra a forma como o projeto foi elaborado e não contra a cavalgada. Isso ficou claro. Ele disse, inclusive, que gosta de cavalgada”, afirma Jussara. “Enfim, considero uma grande vitória [o veto da prefeita]. Espero que os vereadores respeitem essa decisão do Poder Executivo.”
Na época da votação do projeto pela Câmara, a sessão teve a presença de alguns representantes de comitivas, que incentivaram a cavalgada, e de organizações de proteção aos animais, que criticavam a iniciativa.
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