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PODCAST: Oposição critica CPI chapa branca que barra investigação do caso Manga/Hial

A manobra política dos vereadores governistas e a reação da oposição são os temas do podcast de estreia do Porque Política; ouça no player

Paulo Andrade (Portal Porque)

A CPI chapa branca montada por vereadores que apoiam o prefeito Manga para apurar os contratos da Prefeitura com as empresas da família do diretor da Urbes, Jorge Hial, causou revolta na oposição. Para ela, a instauração de uma CPI composta só por apoiadores do prefeito tem como únicas intenções proteger Rodrigo Manga e impedir que a oposição investigue os contratos, que comam R$ 32 milhões, a maior parte sem licitação.

A manobra política dos vereadores governistas e a reação da oposição são os temas do podcast de estreia do Porque Política (ouça no player acima).

A oposição chegou a apresentar um pedido de CPI, mas reuniu apenas quatro votos em uma semana: Iara Bernardi (PT), Fernanda Garcia (Psol), Francisco França (PT) e Salatiel Hergesel (PDT). São necessárias sete assinaturas para instaurar a comissão.

Já a CPI de apoiadores do prefeito conseguiu nove assinaturas em poucos minutos: Caio Oliveira (Republicanos), Cristiano Passos (Republicanos), Dylan Dantas (PL), Fábio Simoa (Republicanos), João Donizeti (PSDB), Luis Santos (Republicanos), Rodrigo do Treviso (União), Silvano Jr. (Republicanos) e Vinícius Aith (PRTB).

Repercussão

Para Iara Bernardi (PT), proponente da CPI original do caso que envolve a administração municipal com empresas e entidades ligadas ao recém-exonerado diretor da Urbes, Jorge Domingos Hial, o Tupã, “é a segunda vez que vem denúncias gravíssimas de corrupção dentro do governo municipal. Não conseguimos assinatura para a CPI, aí vêm os vereadores ligados ao prefeito, que formam a maioria da Câmara. Foi assim também no caso da educação [compra superfaturada do prédio da Sedu]”.

“Tem quatro ou cinco casos da área da educação investigados pelo Ministério Público e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A CPI deles, da base do prefeito, não chegou a nada. Fez uma audiência pública e encaminhou [um relatório] ao Ministério Público”, afirma a vereadora petista ao Portal Porque.

Para Iara, a justificativa de que o MP está investigando é um argumento sempre usado na Câmara de Sorocaba para barrar as CPIs. “Ah, o Ministério Público já está investigando, então a Câmara não precisa fazer mais nada. Ora! A Câmara abdica da sua responsabilidade maior, que é investigar, que é cuidar dos recursos públicos?”.

Segundo o presidente da CPI governista, Cristiano Passos (Republicanos), a comissão vai investigar seriamente as denúncias. “Se as vereadoras não tiveram articulação para colher assinaturas, o problema não é nosso. Estamos fazendo a nossa parte. Vamos sim fazer as oitivas. Tudo baseado na lei. Não vai ter manobra, ninguém está dando jeito aqui”.

Cristiano Passos explica por que a a base governista não assinou a CPI da oposição. “Porque houve uma falta de respeito com os colegas vereadores. Chamaram CPI da base de apoio de fake. Então, já que é assim, vamos fazer uma CPI nos mesmos moldes, mas com as assinaturas que a gente decidir”, respondeu Cristiano.

Sobre a insuficiência de votos para a CPI da oposição, citada pelo vereador, Iara Bernardi comenta que não se trata de capacidade de se articular. “O prefeito Manga tem maioria nesta Casa”.

Fernanda Garcia, em resposta a Cristiano Passos, também disse ao Porque que “muitos vereadores não estão cumprindo a obrigação de fiscalizar o Executivo. Nós pedimos a CPI primeiro e conversamos com todos para que assinassem juntos”.

Para o vereador Francisco França (PT), o ato da situação nesta quinta-feira (28) “foi uma manobra do governo. Acredito que eles tenham medo de uma apuração isenta, de uma apuração correta. Eu acho isso ridículo, uma vez que eles poderiam até propor [a CPI], mas deveriam ter chamado a oposição para que ela pudesse fazer parte da comissão. Acho que a CPI não pode ser de um lado só”.

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