
Vantagem de Bolsonaro sobre Lula diminui entre evangélicos e candidato petista se consolida após impactos do Auxílio Brasil, 7 de Setembro e mudança de tom de Bolsonaro. (Foto: Reprodução Canal Uol)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 48% dos votos válidos no primeiro turno, de acordo com nova pesquisa Datafolha, o que mantém a indefinição sobre uma decisão já no primeiro turno ou um embate no segundo contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Na semana passada, o petista marcava 49%.
Considerando a margem de erro de dois pontos, Lula teria hoje entre 46% e 50%. Para vencer já no primeiro turno, como quer o ex-presidente, um candidato precisa obter mais da metade do total de votos válidos, que desconta nulos e brancos e é o critério oficial para definir o pleito.
Feito entre terça (13) e esta quinta-feira (15), o levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, considerando um índice de confiança de 95%. O instituto ouviu 5.926 eleitores em 300 municípios. A pesquisa, contratada pela Folha de S. Paulo e pela TV Globo, está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-04099/2022.
No cenário geral, Lula tem 45% das intenções de voto e Bolsonaro, 33%. O terceiro colocado, Ciro Gomes (PDT), aparece bem atrás do atual presidente, com 8%. Uma parcela de 4% responde que votará nulo ou em branco, e 2% dos entrevistados não sabem responder como vão se posicionar.
Considerando somente os votos válidos, que são os levados em conta pela Justiça Eleitoral para proclamar o resultado das eleições, Bolsonaro tem 36% nesta nova pesquisa. Ciro registra 8%.
Como a possibilidade de vitória já em 2 de outubro segue existindo, a campanha do PT reforçou orientação aos filiados e militantes para buscarem votos para Lula nesta reta final de campanha.
A principal pressão se dá sobre eleitores que declaram apoio a Ciro, o que vem irritando o candidato do PDT. O ex-ministro, que já foi aliado de Lula e hoje o critica duramente, foi a público atacar a pregação de voto útil feita por setores do PT para convencer eleitores seus a migrarem para o petista. (Joelmir Tavares, Folhapress)
Lula vence no segundo turno
A distância entre Lula e Bolsonaro na simulação feita pelo Datafolha para um eventual segundo turno na eleição presidencial deste ano se manteve similar à do levantamento anterior do instituto, feito há uma semana.
Naquela rodada, o ex-presidente tinha 53% e Bolsonaro, 39%. Agora, o placar é de 54% a 38% para o petista, dentro da margem de erro da nova pesquisa, feita de terça (13) a esta quinta (15), de dois pontos percentuais.
Com o afunilamento ao longo da campanha de primeiro turno da disputa entre os dois líderes, cresce a importância do destino do voto dos terceiros colocados na disputa, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).
Segundo o Datafolha, 51% dos eleitores do pedetista dizem votar em Lula num segundo turno contra Bolsonaro, e 24% afirmam apoiar o atual presidente. Não votam em nenhum dos dois 24%.
Já entre apoiadores da senadora pelo Mato Grosso do Sul, 40% afirmam que vão com o petista e 24%, com o presidente numa segunda rodada. Dizem não votar em ninguém 33%.
A dianteira de Lula, ainda que estável, segue sendo a menor da série histórica iniciada em maio de 2021, quando ele voltou a ser incluído na corrida eleitoral após ter as condenações judiciais derrubadas pelo Supremo Tribunal Federal. Em dezembro passado, o placar chegou a 50% a 30%. (Igor Gielow, Folhapress)
Tarcísio e Rodrigo embolam em segundo em SP
O governador Rodrigo Garcia (PSDB) subiu no limite da margem de erro e empatou tecnicamente em segundo lugar com Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa pelo Governo de São Paulo, que tem Fernando Haddad (PT) na liderança, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (15).
O tucano tinha 15% no levantamento anterior e foi a 19%. Tarcísio variou dentro da margem de erro, de 21% para 22%. Já Haddad oscilou de 35% para 36%.
A pesquisa capta parcialmente o efeito do debate realizado por Folha de S. Paulo, UOL e TV Cultura, na terça-feira (13). No evento, tanto Tarcísio quanto Haddad tornaram Rodrigo o alvo principal.
A campanha de Haddad, que é apoiado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), avalia que seria melhor enfrentar Tarcísio, cujo padrinho é Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno. A rejeição ao presidente é alta e parte dos eleitores de Rodrigo poderia apoiar o petista.
Tarcísio e Rodrigo travam um embate paralelo por uma vaga no segundo turno. A campanha do tucano passou a criticar o rival em peças de publicidade, associando-o ao machismo de Bolsonaro e a apoiadores com histórico de polêmicas, como Frederico D’Avila (PL) e Eduardo Cunha (PTB).
A pesquisa Datafolha, contratada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, ouviu 1.808 pessoas em 74 cidades do estado entre terça-feira (13) e esta quinta (15). A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. O levantamento foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número SP-06078/2022.
O levantamento também simulou dois cenários de segundo turno. Haddad vence Tarcísio por 54% a 36%. A vantagem, que vinha caindo, agora oscilou para cima — era de 22 pontos em agosto (53% a 31%), 15 pontos em 1º de setembro (51% a 36%) e 18 pontos agora. (Carolinha Linhares, Folhapress)
França lidera folgado para Senado
A disputa por uma vaga no Senado em São Paulo segue com Márcio França (PSB) na liderança, com 32% das intenções de voto. Marcos Pontes (PL) está em segundo e tem 15%, segundo o Datafolha.
Na pesquisa anterior, de 1º de setembro, França, candidato da chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Haddad (PT), tinha 30%. Aliado de Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), Pontes tinha 13%.
Janaina Paschoal (PRTB), que não aparece na propaganda na TV e rádio, segue em terceiro lugar. Ela tinha 7% e agora marca 4%.
A pesquisa mostra Aldo Rebelo (PDT) com 4%, Edson Aparecido (MDB) tem 4%, Vivian Mendes (UP) tem 3%, Antônio Carlos (PCO) tem 2%, Professor Tito Bellini (PCB) tem 1%, Ricardo Mellão (Novo) tem 1%, e Dr. Azkoul (DC) tem 1%.
A candidatura coletiva do PSTU, Mancha Coletiva Socialista, não pontuou. Outros 16% declararam voto branco ou nulo, e 18% não sabem.
A pesquisa Datafolha, contratada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, ouviu 1.808 pessoas em 74 cidades do estado entre terça-feira (13) e esta quinta. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%. O levantamento foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número SP-06078/2022.
França desistiu da candidatura ao Governo de São Paulo para apoiar Haddad e emplacou sua mulher, Lúcia França (PSB), como candidata a vice-governadora na chapa.
Já Pontes foi escolhido por Bolsonaro como seu candidato, em movimento que isolou Janaina e acabou dividindo os votos da direita. (Carolina Linhares, Folhapress)
A PESQUISA EM FATIAS
• Avaliação negativa de Bolsonaro aumenta
Faltando pouco mais de duas semanas para o primeiro turno, a avaliação positiva do governo Jair Bolsonaro está em 30%, de acordo com o Datafolha. Para outros 44%, sua gestão é ruim ou péssima.
Na pesquisa anterior sobre o tema, o placar estava em 42% a 31%.
O volume dos que acham a gestão regular era de 25% e se manteve nessa taxa na mais recente pesquisa do instituto, feita de terça-feira (13) a esta quinta-feira (15). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O Datafolha ouviu 5.926 eleitores em 300 municípios de todo o Brasil.
• 78% estão convictos do voto
A parcela de eleitores que já se dizem totalmente decididos em relação ao voto para presidente chega a 78%, de acordo com a nova pesquisa Datafolha. Dentro desse grupo, 90% respondem que tomaram a decisão há mais de um mês, o que reforça a crescente convicção em relação à corrida eleitoral.
Entre aqueles entrevistados que declaram voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), os índices de certeza são superiores na comparação com a média. A certeza sobre a escolha é expressa por 86% dos eleitores de ambos.
Ainda segundo o Datafolha, 21% dos entrevistados dizem que seu voto ainda pode mudar. A pergunta sobre a certeza é feita não só àqueles que já têm candidato escolhido, mas também aos que optam por votar em branco ou anular.
• Rejeição a Bolsonaro sobe dois pontos
A alta rejeição segue sendo o calcanhar de Aquiles da tentativa de Jair Bolsonaro (PL) de permanecer no Palácio do Planalto.
Segundo nova pesquisa do Datafolha, 53% dos eleitores dizem não votar de forma alguma no presidente, enquanto 38% falam o mesmo de seu principal rival, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista tem, neste levantamento, 45% das intenções de voto no primeiro turno, ante 33% de Bolsonaro.
O cenário é de estabilidade em relação à aferição anterior do instituto, feita na semana passada. Ali, o mandatário tinha 51% de rejeição e o presidenciável do PT, 39%.
O desenho deste levantamento, feito de terça (13) a quinta (15), já ocorre sob o impacto de uma nova inflexão do comando político da campanha de Bolsonaro, tentando suavizar a imagem do presidente enquanto eleva o tom dos ataques contra o principal rival.
• Vantagem de Bolsonaro diminui entre evangélicos
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está atrás de Jair Bolsonaro (PL) entre eleitores evangélicos, mas reduziu a vantagem do presidente dentro desse grupo entre a pesquisa Datafolha da semana passada e a divulgada nesta quinta-feira (15).
A diferença, que era de 23 pontos, foi para 17. Lula marca 32% de intenções de voto dentro desse segmento (que compõe 27% da amostra), ante 49% do rival. Na rodada anterior, os índices eram de, respectivamente, 28% e 51%. A margem de erro nesse segmento é de 4 pontos para mais ou para menos.
Lula e Bolsonaro têm na média do eleitorado uma diferença de 12 pontos no índice de intenção de voto, mas registram intervalos bem distintos em vertentes específicas da população, como é o caso dos fiéis evangélicos, da camada mais pobre e das mulheres. (Igor Gielow, Joelmir Tavares, Felipe Bachtold, Folhapress)