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PDT e Ciro fecham com Lula; Garcia engole humilhação e declara apoio a Tarcísio

Ciro declara que, diante das circunstâncias, apoiar Lula é a única saída. Em contraponto, Rodrigo Garcia anuncia apoio ao bolsonarista Tarcísio, que não o quer no palanque

Portal Porque (com Rede Brasil Atual e Folhapress)

Ciro afirma esperar que sua decisão de apoiar Lula contra Bolsonaro “ajude a oxigenar temporariamente a nossa democracia”. Foto: reprodução Facebook

O PDT, partido de Ciro Gomes, anunciou no início da tarde desta terça-feira (4) seu apoio unânime ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o segundo turno das eleições presidenciais. A decisão se deu após reunião pela manhã, da qual o ex-candidato pedetista ao Planalto participou. O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirmou que “Ciro endossa integralmente a decisão do partido”. O dirigente comunicou o apoio em entrevista coletiva à imprensa.

Cerca de meia hora depois, o próprio Ciro Gomes divulgou vídeo nas redes sociais em que declara: “Acompanho a decisão do meu partido, o PDT. Frente às circunstâncias, é a última saída”, disse. O ex-candidato criticou a “campanha violenta” contra si, mas mas afirmou esperar que sua decisão de apoiar Lula contra Bolsonaro “ajude a oxigenar temporariamente a nossa democracia”.

A definição do PDT era considerada muito importante pela campanha de Lula, pelos 3,6 milhões de votos recebidos por Ciro mas, principalmente, pelo simbolismo político. Na coletiva, Lupi afirmou que “teve uma ventania, um vendaval de direita no país que temos que parar pra refletir sobre isso”. Segundo ele, não se pode “culpar o povo” por suas escolhas.

“Onde nós erramos, onde falhamos na comunicação? Onde eu, como presidente do partido, falhei e errei? Devo ter falhado muito”, questionou. “Se a gente não conseguiu fazer a população a votar na gente, o erro é nosso.”

“Candidatura 12 + 1”

Lupi disse que a decisão foi a de “apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula, que eu chamo de 12 + 1”, em referência ao número do PDT que, somado a 1, dá o 13 do PT. Ele mencionou as sugestões do PDT, as quais o PT aceitou para fechar o acordo: zerar dívidas do SPC das pessoas, o plano de renda mínima e um projeto de educação em tempo integral.

O presidente do partido acrescentou que a legenda aprovou na reunião também uma proposta que não foi mencionada ao PT, mas “será colocado”. Trata-se de um “Código Nacional do Trabalho”, sobre defesa do direitos dos trabalhadores e revogação de tudo o que tenha prejudicado os trabalhadores.

Garcia e a máfia dos fiscais

Do outro lado da disputa, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) definiu que vai apoiar o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) no segundo turno para as eleições ao Palácio dos Bandeirantes contra o ex-prefeito Fernando Haddad (PT).

Segundo a colunista da Folha de S. Paulo Mônica Bergamo, Haddad chegou a conversar com alguns interlocutores buscando o apoio de Rodrigo Garcia na campanha. Porém, teve como resposta que o ainda governador teria mágoa de Haddad pelo fato de seu irmão, Marco Aurélio Garcia, ter sido condenado por lavagem de dinheiro no escândalo da chamada máfia dos fiscais. O esquema foi investigado pela gestão de Haddad quando ele era prefeito da cidade de São Paulo. Desde então, a família de Rodrigo Garcia teria aversão ao ex-prefeito.

Bolsonaro já havia avisado que conversaria com o Rodrigo ainda nesta terça.

Rodrigo apoia Tarcísio, apesar de esnobado

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), declarou seu apoio incondicional a Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, e a Jair Bolsonaro (PL). “Eu, como candidato a governador do partido, e pessoalmente, como governador de São Paulo, declaro meu apoio incondicional ao presidente Bolsonaro e ao Tarcísio”, disse ele na tarde desta terça-feira (4).

Ao comentar o apoio de Rodrigo mais cedo, Tarcísio afirmou, no entanto, que não fazia sentido ter o PSDB em seu palanque – o que gerou irritação entre os tucanos. Também declarou que o apoio do governador é mais importante para Bolsonaro. “Eu preguei mudança o tempo todo, não faz sentido agora estar com eles [PSDB] no palanque”, declarou o candidato bolsonarista.

Rodrigo terminou o primeiro turno da eleição em terceiro lugar, com 18,4% dos votos válidos, e não avançou para o segundo turno, numa derrota histórica para o PSDB no Estado.

 

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