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Oposição rebate secretário de Manga que disse atuar para ‘espremer adversários’

Vereadores não se mostram surpresos com a declaração de Luiz Henrique Galvão e afirmam que a coerção política também pode ser vista nas sessões legislativas

João Maurício da Rosa (Portal Porque)

Galvão durante uma de suas muitas visitas à Câmara: ele expulsou um suplente de vereador do palanque de autoridades da Marcha para Jesus. Foto: Divulgação

A declaração do secretário de Relações Institucionais de Sorocaba, Luiz Henrique Galvão, de que é sua função “blindar o prefeito e espremer adversários” não chegou a surpreender os vereadores de oposição ao Governo Manga. “Nos indigna, mas não nos surpreende”, comenta Fernanda Garcia (PSOL).

A frase de Galvão consta em mensagens que ele trocou com o ex-suplente de vereador, André Fraga, durante a Marcha para Jesus, realizada na tarde de quinta-feira (7). Na ocasião, o secretário mandou seguranças expulsarem Fraga do palanque de autoridades do evento sob justificativa de que ele teria mudado de lado.

André Fraga abriu mão da suplência de vereador pelo PTB para se filiar ao PP, acompanhando o vereador Fernando Dini que assumiu, recentemente, a presidência do partido em Sorocaba.

“Esse método de coerção política também pode ser vista nas sessões da Câmara. Galvão age livremente, cochichando nos ouvidos dos vereadores e fazendo lobby para obter votações do interesse do prefeito”, acrescenta Fernanda Garcia.

Urgência

A vereadora do PSOL lembra que o Governo Manga costuma enviar projetos para serem votados em regime de urgência, quando deveriam ser amplamente debatidos pela sociedade. Ela cita, como exemplos destas manobras, os projetos de empréstimos de mais de R$ 500 milhões e a criação de centenas de cargos em comissão, entre outras matérias que exigiriam maior exame.

“Tudo sempre feito de forma impositiva e com o aval da ampla maioria dos vereadores. Não à toa essa é uma das legislaturas mais subservientes à prefeitura de toda a história”, observa Fernanda.

Já Iara Bernardi (PT) disse lamentar que o secretário do prefeito, em vez de se ater aos problemas graves que a cidade está enfrentando, ter-se tornado em um fiscal do trio elétrico da Marcha para Jesus.

“Então quem manda no caminhão da Marcha para Jesus é o prefeito? Não são as entidades religiosas? É uma atitude muito estranha e irregular a prefeitura usar de eventos religiosos para se promover. E o Manga está fazendo isso, visitando todas as igrejas evangélicas. Sempre foi muito perigosa esta ligação entre religião e política”, comenta a petista.

Ainda conforme ela, se o prefeito está querendo se reeleger, em vez de espremer adversários, deveria solucionar os problemas que levaram a um corte de 3% em cada uma das secretarias.

Iara lembra, como exemplo do prejuízo à população que, por causa dos cortes no setor de saúde, um simples exame de sangue está demorando até três meses para ser marcado.

Por sua vez, o presidente do diretório regional do PT de Sorocaba, Adailton Santos Silva, afirmou que nada mais o surpreende quando vem da equipe de Manga.

“Pode-se esperar tudo deste governo. É um grupo de fascistas que usa religião para se esconder. Vive de publicar mentiras. Este é o perfil desta sociedade de direita extremista que temos no poder. Por que o prefeito precisa de blindagem? Para administrar o palco da Marcha para Jesus?”, questiona.

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