
Embora os atos sejam ilegais, a omissão do Governo Manga permitiu até a instalação de uma praça de alimentação e banheiros químicos, um circo montado debaixo dos olhares complacentes das autoridades sorocabanas. Foto: Assessoria/Fernanda Garcia
A omissão da Prefeitura com as manifestações criminosas que há uma semana pedem um golpe de Estado, em frente à base do Exército em Sorocaba, pode caracterizar crime de prevaricação cometido pelo prefeito Rodrigo Manga (Republicanos). O alerta é da vereadora Fernanda Garcia (Psol), que aprovou nesta terça, dia 8, na Câmara, um requerimento cobrando informações e ações da Prefeitura.
Para a vereadora, a Prefeitura não está cumprindo seu dever de fiscalizar e coibir práticas ilegais decorrentes dos atos golpistas em Sorocaba. “Estamos questionando a falta de ações do prefeito em relação aos atos em Santa Rosália, pois entendemos que eles reforçam as evidências de que o Governo Manga não está agindo para impedir esses atos antidemocráticos. Pelo contrário, ele tem manifestado simpatia e não está tomando ações de responsabilidade do governo municipal”, denuncia Fernanda, que ressalta: as ações têm caráter golpista e a falta de ações do Poder Público está permitindo que elas aumentem sua proporção.
Fernanda Garcia conta que recebeu uma série de denúncias da população que está sofrendo com os atos golpistas de Santa Rosália. “O local está recebendo manifestações e um acampamento permanente desde o dia 1º de novembro. Moradores, estudantes e funcionários de clínicas e escritórios do entorno denunciaram inúmeras irregularidades cometidas no local, sem nenhuma presença da fiscalização da Prefeitura Municipal de Sorocaba”, diz a vereadora.
As denúncias foram confirmadas pela equipe do gabinete da vereadora, que foi até o local dos atos golpistas em Santa Rosália. Entre as irregularidades encontradas, além do ato em si, a vereadora conta que os ocupantes do local estão usando do canteiro central da avenida Roberto Simonsen como estacionamento. “Alguns veículos mais compridos, como caminhonetes e sedans, ficam com parte da frente ou da traseira invadindo a pista da avenida. Além disso, o grupo interditou a rua Porphírio Loureiro com cones e faixas, dificultando ainda mais o trânsito na região, que faz ligação com o Senai, a Policlínica, além de diversas clínicas particulares”, relata Fernanda.
Outro problema é o uso de som. Entre as barracas dos atos antidemocráticos, existe uma destacada apenas para abrigar uma estrutura de som, que fica ligada boa parte do dia, reproduzindo músicas e “falas de baixo calão” dos manifestantes. “Eles estão atrapalhando a condução das aulas no Senai e o descanso dos moradores. Minha equipe também flagrou a comercialização irregular de alimentos na praça Roberto Mange, localizada ao lado da avenida. Próximo dessa praça, eles instalaram banheiros químicos em uma calçada residencial, de onde exala um forte cheiro para os moradores do entorno e inviabiliza o tráfego, sobretudo para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida. Infelizmente, quando pessoas se manifestam por causas justas ou fazem comercialização de produtos sem autorização, a Prefeitura age rapidamente no sentido de coibir “, analisa Fernanda.
A vereadora destaca que os moradores de Santa Rosália e as pessoas que trabalham ou estudam na região estão pagando um preço alto pela irresponsabilidade do prefeito. “São centenas de pessoas que estão tendo seu direito à aula, ao trabalho e ao descanso comprometidos por grupos irresponsáveis, que são respaldados pela inércia de um prefeito que tem simpatia por atos criminosos e golpistas”, lamenta.
Além do requerimento destinado à Prefeitura, a vereadora Fernanda Garcia também enviou ofício à Urbes, exigindo fiscalização e aplicação de multas e desobstrução da via ao lado do Senai. Para o setor de fiscalização da Prefeitura, a vereadora pede autuação pelo comércio ilegal, pelo uso de som acima do permitido e pela instalação de banheiros em local inapropriado. Fernanda Garcia também enviou ofício à vigilância sanitária, denunciando a comercialização de alimentos em condições insalubres. Por fim, a vereadora enviou um ofício à Guarda Municipal solicitando fiscalização pela lei do silêncio.