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OIT estima que 50 milhões de pessoas são vítimas do trabalho escravo no mundo

Levantamento da OIT divulgado nesta segunda, com dados de todos os continentes

Rede Brasil Atual

Desde de 2016, mais de 10 milhões de pessoas foram vítimas do trabalho escravo. A avaliação da OIT é de que a crise sanitária aprofundou a exploração. Foto: Flickr

Levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado nesta segunda-feira (12), estima que, ao menos, 50 milhões de pessoas são vítimas de condições de trabalho análogas à escravidão no mundo. O problema afeta todos os continentes, segundo a entidade, e explodiu nos últimos cinco anos, principalmente com a pandemia de covid-19, entre 2020 e 2021. As informações são do correspondente internacional Jamil Chade, colunista do portal UOL.

Desde de 2016, mais de 10 milhões de pessoas foram vítimas do trabalho escravo. A avaliação da OIT é de que a crise sanitária aprofundou a exploração. Até o ano passado, 28 milhões de pessoas estavam em situação de trabalho forçado. A entidade também estima que 3,3 milhões de crianças sejam exploradas, inclusive sexualmente. Elas são uma em cada oito vítimas de trabalho forçado.

Situação não melhora

O levantamento da OIT indica que a “escravidão moderna” ocorre em quase todos os países do mundo, inclusive nos de renda média-alta. Ademais, entre as mais vulneráveis estão as mulheres e crianças. O setor privado é apontado como o grande responsável pelos crimes, mas 14% dos casos também são relacionados a setores do estado. Além disso, a construção civil e a agricultura são responsáveis por grande parte dos casos de trabalho análogo à escravidão.

Em todos os continentes, a entidade também identificou que os imigrantes estão entre as populações mais afetadas pela realidade do trabalho forçado. Eles têm três vezes mais chance de serem vítimas do que outros segmentos. Diante dos dados, o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, afirmou ser “chocante ver que a situação da escravidão moderna não esteja melhorando”. “Nada justifica isso”, destacou.

Vítimas de casamentos forçados

A reportagem também revela que um dos fenômenos que mais preocupa a OIT é o aumento dos casamentos forçados. No ano passado, 22 milhões de pessoas estavam nessa situação. O total indica um aumento de 6,6 milhões de vítimas de casamentos forçados, entre 2016 e 2021.

O número, no entanto, segundo a própria entidade, é subestimado. A avaliação indica que o problema seja ainda maior. A Ásia responde por 65% dos casos. A situação também é alarmante nos países árabes, nos quais quase cinco pessoas em cada mil são vítimas de casamentos forçados.

 

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