Busca

Nova rodoviária distante e sem ligação com ferrovia é criticada em audiência

Redação Porque

A construção da nova rodoviária de Sorocaba voltou a ser discutida na noite de terça-feira, 12, na Câmara Municipal. O debate levantou diversos pontos que colocam em xeque a decisão da Prefeitura, de instalar a nova rodoviária no quilômetro 106 da rodovia Raposo Tavares. Entre os problemas apontados estão o caos no trânsito, a distância, o custo com o transporte público e a falta de conformidade com o Plano Diretor, que prevê um terminal multimodal e não apenas rodoviário.

Como alternativa à área escolhida, foram apontados quatro pontos centrais que são vazios urbanos, somando cerca de 1,6 milhão de metros quadrados, e com possibilidades de integração com a ferrovia.

A audiência foi convocada e presidida pelo vereador Fabio Simoa (Republicanos), em parceria com a Associação Pró-Brasil 2050, presidida pelo ex-prefeito Antonio Carlos Pannunzio.
O ex-prefeito apresentou um estudo de impacto da instalação no novo endereço, nas proximidades do novo Hospital Regional e da Arena Multiúso, na Raposo Tavares. Já Sérgio Barreto, presidente da Urbes – Trânsito e Transportes não apresentou o projeto atual da nova rodoviária (ele alegou que foi avisado em cima da hora sobre a audiência) e recebeu críticas da vereadora Iara Bernardi (PT), única parlamentar presente, além de Simoa.

ESTUDO DE IMPACTO

Carlos Eduardo Paschoini, secretário de Mobilidade e Desenvolvimento Estratégico, representando o prefeito Rodrigo Manga, e o presidente da Urbes Sérgio Barreto defenderam a escolha do novo local e sua viabilidade. O secretário de Mobilidade enfatizou que o prefeito Rodrigo Manga tem o propósito de ouvir a população, inclusive em audiências públicas. Paschoini argumentou que a construção da nova Rodoviária – cujo custo foi avaliado em cerca de R$ 45 milhões – passou por análise técnica.

Pannunzio, Iara Bernardi e a própria Associação Comercial de Sorocaba questionaram a escolha, destacando a necessidade de apresentação de projeto de caráter técnico com estudo de impacto, e não apenas do projeto arquitetônico, como vem sendo apresentado pelo governo Manga; e também a necessidade de ocupação de vazios urbanos mais centralizados e que poderiam ser opções para o município.

Como lembrou Iara, o atual projeto foi um “presente” de um arquiteto para o prefeito Manga, e era o mesmo que, primeiramente, seria implantado em Santa Rosália, antes de Manga ceder à pressão dos moradores do bairro e mudar o endereço para a instalação do empreendimento. “O prefeito apresentou o projeto de uma nova rodoviária que parecia um aeroporto e disse que foi doação de um arquiteto de São Paulo. E esse projeto cabe em qualquer terreno: no Santa Rosália, no Jardim Eldorado, na Raposo Tavares. Muito estranho esse método do prefeito Manga”, criticou.

VAZIOS URBANOS

Em sua apresentação, Pannunzio afirmou não concordar com a decisão do prefeito Rodrigo Manga em descentralizar o projeto para a Raposo Tavares, e defendeu que o novo empreendimento seja instalado nessas áreas centrais classificadas como “vazios urbanos”, apontando quatro delas: a do complexo ferroviário, da antiga Cianê, da Gerdau e da Campari.

De acordo com os estudos apresentados, esses locais trazem muitos transtornos à população, passando a se tornar depósitos de resíduos, proliferadores de zoonoses, além de abrigo de moradores de rua, usuários de drogas e outras ocupações irregulares. Por outro lado, se essa fosse a opção do município, seria possível a integração ao transporte ferroviário, como prevê o Plano Diretor do Município.

mais
sobre
câmara câmara de sorocaba Governo Manga rodoviária sorocaba
LEIA
+