
Jefferson Campos (esq.) e Capitão Derrite negaram prioridade ao projeto que transforma pedofilia em crime hediondo, mas foram favoráveis ao PL que criminaliza institutos de pesquisa. Fotos: Alex Ferreira/Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Os deputados federais por Sorocaba Jefferson Campos (PL) e Capitão Derrite (PL) votaram contra o pedido para dar prioridade ao projeto de lei que transforma a pedofilia em crime hediondo. O projeto tramita na Câmara desde 2015 e tem constado da pauta do plenário desde maio, mas ainda não foi apreciado.
Na quarta passada, dia 19, a bancada do PT propôs uma inversão na pauta para dar prioridade à votação do projeto, mas o pedido foi recusado com amplo apoio dos deputados bolsonaristas, incluindo Jefferson e Derrite, que seguiram a orientação do governo.
O outro deputado de Sorocaba, Vitor Lippi (PSDB), votou a favor do pedido de urgência para o projeto. Já os dois deputados da região, Herculano Passos (Republicanos), de Itu, e Guiga Peixoto (PSC), de Tatuí, também acompanharam os bolsonaristas e votaram contra o pedido para acelerar a votação do projeto que torna a pedofilia crime hediondo. A proposta foi recusada por 224 votos a 135, embora tenha sido apresentada há sete anos por deputados que hoje estão na base de Bolsonaro, Paulo Freire Costa (PL/SP) e Clarissa Garotinho (União Brasil/RJ).
Um dia antes, no entanto, todos os cinco deputados federais de Sorocaba votaram a favor da urgência do projeto de lei que visa criminalizar os institutos de pesquisas eleitorais quando os resultados das urnas forem diferentes das projeções realizadas.
Aliado de Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), fez uma manobra regimental e colocou a proposta em pauta. Com a urgência aprovada, o projeto não precisa passar pelas comissões da Câmara e pode ser votado diretamente pelos parlamentares.
A votação contrária à inversão de pauta, para tornar a pedofilia crime hediondo, mereceu uma crítica do youtuber Felipe Neto. “A pedofilia venceu hoje no Brasil”, lamentou o influenciador digital, em vídeo que teve 187,8 mil visualizações no Twitter e que viralizou no Whatsapp (veja aqui).
Felipe Neto destacou que a rejeição partiu da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro. “É isso o que o bolsonarismo representa. O orçamento de Bolsonaro para combate à pedofilia é 99% menor do que no tempo do PT”, declarou.