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Em greve, trabalhadores do Centro Paula Souza recebem apoio na Câmara Municipal

Na tribuna, professora afirmou que a categoria está preocupada com o futuro da educação técnica no Estado, já que o governador tem um projeto de ensino paralelo de ensino nessa área, que iria desmontar as Etecs e Fatecs

Paulo Andrade (Portal Porque)

* Atualizada no dia 19/08, às 17h35, com a nota do Centro Paula Souza

A Câmara Municipal de Sorocaba, por meio do presidente Cláudio Sorocaba (PL), permitiu na sessão desta quinta-feira (17) que a professora Fernanda Gonçalves Fontes usasse a tribuna para explicar por que educadores e funcionários das Etecs (escolas técnicas) e Fatecs, administradas pelo Centro Paula Souza (CPS) estão em greve desde o dia 8 de agosto.

Em resumo, a professora disse que os profissionais estão com salários defasados há 10 anos, que faltam investimentos em laboratórios e outros equipamentos de ensino e que o governo estadual tem um projeto para extinguir o CPS.

Em nota enviada ao Portal Porque, a instituição diz que paralisação atingiu 9,8% dos professores e que trabalha para valorizar servidores. O Centro Paula Souza afirma, ainda, que “trabalha para valorizar os servidores da instituição” e cita, como exemplos, o reajuste salarial acima da inflação e a Bonificação por Resultados, que será paga até outubro (leia a nota).

Apoio na Câmara

Fernanda Gonçalves, que é professora na Etec Rubens de Faria e Souza, foi recepcionada na Câmara pelas vereadoras – e também professoras – Iara Bernardi (PT) e Fernanda Garcia (Psol).

Nas galerias da Casa havia dezenas e educadores e demais funcionários de Etec e da Fatec.
“Estamos em greve pelo fim do arrocho salarial que sofremos há mais de 10 anos, pelo imediato pagamento do bônus, que o Tarcísio [de Freitas, Republicanos] ainda não pagou e era para ter sido pago em março. Nós reivindicamos a defesa do Centro Paula Souza. Reivindicamos também nosso plano de carreira. Dessas reivindicações, o que mais nos preocupa é a defesa do Centro Paula Souza”, explanou a professora.

“Gostaria que os senhores e as senhoras [vereadores] se sensibilizassem, porque o Centro Paula Souza, há mais de 50 anos, oferece ensino público técnico de qualidade e nós estamos sob uma forte ameaça. Porque há um projeto do governo de fazer um ensino técnico paralelo, sem considerar as Etecs, sem considerar o Centro Paula Souza. Estamos muito preocupados com o futuro da educação técnica no Estado de São Paulo”, afirmou Fernanda Gonçalves.

Projeto ameaçador

Conforme publicado pelo Portal Porque, o governador Tarcísio quer abrir vagas de ensino técnico em escolas regulares a fim de esvaziar o CPS; quer também mudar a Constituição do Estado para poder investir menos em Educação. Os “professores técnicos” a serem contratos nesse modelo paralelo não teriam que ter, necessariamente, carreira no magistério. Veja link abaixo.

Em sua participação na Câmara, a professora também divulgou uma moção que apoio que está circulando na internet em defesa das reivindicações dos profissionais e do Centro Paula Souza. Para saber mais, na página do Sindicato dos Trabalhadores de Centro Paula Souza (Sinteps), clique aqui.

Além do apoio declarado das vereadoras Iara Bernardi e Fernanda Garcia, a professora também recebeu os parabéns do presidente da Câmara pelo trabalho que ela e outros profissionais desenvolvem nas escolas técnicas e considerou “justa” a reivindicação da categoria. O vereador Fausto Peres (Podemos) também parabenizou o trabalho dos profissionais do Centro Paula Souza e disse que, inclusive, já assinou a moção de apoio a eles.

Mobilização frequente

Trabalhadores do Centro Paula Souza de Sorocaba devem participar nesta sexta-feira (18) de um ato público em defesa da valorização profissional e da manutenção do CPS em frente à sede da Superintendência da autarquia, no bairro Santa Ifigênia, São Paulo.

A partida do ônibus está marcada para as 11h em frente à Etec Fernando Prestes, na rua Natal, 340 – Jardim Paulistano.

Na quarta-feira desta semana (16), professores e funcionários do CPS realizaram uma passeata no período da manhã para dar visibilidade pública às suas reivindicações e preocupações. O Porque cobriu a manifestação.

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